Título da redação:

Jaula econômica

Tema de redação: O cenário desafiador do tráfico de animais silvestres no Brasil

Redação enviada em 09/10/2017

(...) “Nossos bosques têm mais vida”, este verso do hino nacional brasileiro ressalta a natureza esplendorosa detida no país tropical. Em dissonância, a riqueza tanto da fauna quanto da flora está longe de ser preservada. Nesse contexto, essas palavras que erguem o nacionalismo perdem o valor para o tráfico de animais silvestres, haja vista a falha educação ambiental do cidadão, bem como os interesses econômicos que convergem para a manutenção deste óbice. De enfoque dianteiro, os brasileiros precisam ser educados para não comprarem os animais, já que são os mais influentes no tráfico. Nesse espectro, é assustador que os maiores consumidores desse crime sejam os próprios cidadãos, uma vez que deveriam repudiá-lo. De fato, 60% dos animais traficados são para consumo interno, segundo dados do Renctas. Inclusive, vale salientar a falta de humanidade nessas ações, visto que os maus tratos são recorrentes. Sob esse viés, Arthur Schopenhauer, filósofo alemão, afirmou que não pode ser um homem bom quem maltrata os animais. Por conseguinte, é imprescindível instruir esses indivíduos a não alimentar essa rede ilegal de atitudes inescrupulosas. Ademais, essa atividade é ainda amplamente praticada devido à lucratividade. No entanto, a raiz desse problema advém desde o Brasil colônia, mediante a política extrativista portuguesa que retirava o Pau-Brasil e animais silvestres sem visar as consequências. Em pleno século XXI, os seres humanos ainda são capazes de propagar tal cultura negativa. Desse modo, a influência exercida por fins econômicos põe o tráfico de animais silvestres em terceiro lugar dos mais praticados no país, segundo a Polícia Federal. Logo, é cabível repensar a natureza como fim de exploração, pois indubitavelmente esses recursos esgotarão, principalmente a biodiversidade brasileira que é o cartão postal do país. Em linhas gerais, o problema do tráfico de animais atingiu a dimensão atual por movimentar diversas esferas sociais. Então, para solucioná-lo é impostergável, portanto, que as ONGs, por intermédio de cartilhas que apelem para a sensibilidade demonstrando a realidade enfrentada pelos animais, auxilie a percepção da negatividade do tráfico, com o fito de atenuar o comércio interno. Além disso, faz-se impreterível que o MEC, por meio de palestras nas escolas que contem com a presença de ambientalistas, instrua as crianças à preservação dos recursos naturais, no intuito de gerar jovens compromissados com a saúde ecológica do país. Quem sabe assim, a realidade ainda seja compatível com o hino nacional.