Em 1888, quando houve a proclamação da lei Áurea e os negros foram libertos, esses foram deixados ao relento sem que houvesse qualquer assistência. Quase 100 anos depois, o Brasil é liberto de uma rigorosa ditadura e a história se repete, no entanto, agora, todo o país foi deixado ao relento ideológico. Mesmo 30 décadas após a instauração de uma democracia, a população brasileira ainda não tem consciência do novo poder que tem em mãos e nem como esse, se usado corretamente, poderia mudar milhões de realidades. Vale salientar, inicialmente, a forma com a qual se é encarada a política pela população: um intenso jogo de futebol no qual o melhor time é o meu. Basta navegar por qualquer rede social por no máximo 5 minutos para se perceber uma imensa banalização para com o assunto e uma errônea visão “Fla-Flu” que geram conflitos e discussões sem qualquer endosso e que não levam a qualquer progresso. Boa parte disso se deve a ter se instaurado aqui uma educação retrógrada que não contempla temas relacionados a democracia de maneira nem sequer perto da adequada. Não são aprofundados temas como direitos do cidadão, nem tampouco como funcionam as leis, formando, assim, indivíduos desconhecedores de seus poderes e desinteressados neste aspecto—como aponta pesquisa da UOL— na qual têm-se em uma escala de 0-10, 4,38 para cultura política e 5 para participação. Dessa forma percebe-se que, apesar de se ter uma democracia, essa não é nenhum pouco participativa como deveria. Para sanar tal problema, medidas são, portanto, necessárias: é urgente a sociedade exigir—por meio de manifestações como o “Vem pra Rua” de 2013— a correta execução de seus direitos garantidos na Constituição de 88 e que esses venham a beneficiar a maior quantidade de pessoas o possível. É viável também a inserção de disciplinas, por parte do MEC, de disciplinas que contemplem assuntos de caráter político e democrático para que sejam, assim, formadas gerações de verdadeiros cidadãos; e, outra aposta seria a de propagar a veiculação de seminários com apoio das faculdades de ciências sociais e direito em escolas e empresas ainda campanhas midiáticas com intuito de informar e conscientizar a população.