Durante a República, o Brasil conheceu institucionalmente 21 anos sem democracia. Apesar da ditadura militar ter sido um período marcante de cerceamento dos direitos civis, em mais de 500 anos de história não houve uma tentativa concreta e abrangente de construir uma democracia no país – devido à falta de incentivo por parte dos setores políticos a projetos de politização da sociedade. Tanto o Império quanto a República tiveram suas proclamações comandadas por minorias, tais fatos fortalecem a tese supracitada. O império foi comandado pela família real portuguesa e seus colaboradores; já a república foi promulgada por quem defendia a forma de governo anterior, mas que, na eminência da perda de poder, colocou-se à frente do processo de transição para manter seus privilégios. No cenário político atual, o jogo de poder não parece diferenciar-se do praticado nos primeiros anos da república brasileira. Todavia, com o impacto das redes sociais nas relações humanas, a situação do país tem passado por alterações. O trânsito rápido de informações e a interação entre os usuários têm influenciado na construção de argumentos políticos bem fundamentados – baseados na história brasileira e nos bons e maus exemplos de outros países. A redemocratização institucional do país é recente e foi uma importante demonstração do poder de mudança advindo de uma pequena parcela politizada da sociedade. Portanto, os três poderes – judiciário, executivo e legislativo – devem trabalhar juntos a fim de manter o status democrático do país. Concomitantemente, devem buscar entender as necessidades sociais através de debates em espaços públicos – escolas, teatros municipais etc – em escala municipal e estadual. Já o governo federal pode usar o ambiente das Universidades Federais para o meio supracitado; além de poder discutir os projetos nacionais por meio de sites e mídias sociais.