Seríamos hoje um país democrático se os negros não fossem descriminados, mortos injustamente, seja pela polícia ou por uma péssima qualidade da saúde pública, ou, quiçá, os ricos utilizassem dos serviços públicos assim como os pobres. Porém, diante do Brasil atual, onde há lutas ideológicas e partidárias, a arena da sociedade civil deixa transparecer um quadro metamórfico, de modo lento e gradual, do Estado Democrático. Em primeira instância, deixemos de ser hipócritas em acreditarmos que vivemos na plenitude da democracia. De fato, estaríamos cada vez mais longe de um 1964 – ano de início do golpe ditatorial, ocasionando a morte de muitos opositores ao governo e defensores da democracia. Todavia, presenciamos, ainda hoje, a disparidade para com os negros, pobres e favelados, seja pela luta de classes ou pelo preconceito imbuído na população. Portanto, resta saber se a história vai retroceder ou a democracia nunca existiu no país. Constitui-se um problema estrutural da democracia brasileira, ou talvez chamada, pseudodemocracia. Sendo assim, o país está necessitando de uma ampla gestão pública que dê garantias democráticas a nós cidadãos e, principalmente, aos menos desfavorecidos deste sistema. O problema perpassa, também, nos debates de cunho autoritário que estão cada vez mais presentes nas redes sociais e nas ruas. Tornaram-se palcos para brigas ideológicas e/ou partidárias de grupos incapazes de colocar a razão em primeiro lugar, e por consequência, a população sai perdendo. Para tanto, em meio às condições dadas, coloca-se em pauta o significado da democracia e se está sendo abrangida, aplicada e exercida corretamente. Sendo assim, o governo necessita liberar subsídios para políticas públicas (saúde, educação e transporte) evitando a seletividade, e, por conseguinte, os ricos utilizarem do mesmo ambiente que os pobres, comprovando a eficiência da qualidade do serviço. A sociedade, também, deve impor limites quando o assunto é “política brasileira”, pois, em um país democrático, o indivíduo pode ter livre opinião, logo, ser autoritário e querer ditar o seu ponto de vista a terceiros é a via errada para solucionar os problemas do Brasil. Parafraseando Otto Von Bismarck, “a política é a arte do possível” e é nesse viés que os brasileiros deveriam acreditar, em prol de um Estado Democrático possível.