Com o fim do Estado Novo – ditadura instaurada por Getúlio Vargas, a democracia ressurgiu na política brasileira. A derrubada do regime militar pelos diversos setores da sociedade garantiu a recuperação das instituições, como o Congresso Nacional, abolidas pelo golpe. O histórico da democracia se mostrou instável, uma vez que o poder foi alocado apenas em uma instância – o poder executivo. Nesse sentido, é necessário refinar a percepção da sociedade sobre o regime democrático, bem como suas garantias. As Diretas Já, reivindicação por eleições presidenciais diretas, foi o movimento de maior participação popular na história do Brasil. Esse episódio evidencia a importância da participação do povo na política. Nesse contexto, o pedido de intervenção militar pelos cidadãos contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff, demonstra a falta de conhecimento acerca das barbáries e restrições de direitos ocorridos no período de ditadura. Ademais, a falta de interesse do eleitor devido à falta de credibilidade dos políticos, oferece perigo à consolidação da democracia. A crise de representatividade no cenário de redemocratização configura uma crise na democracia representativa. Segundo o professor Boaventura Sousa Santos, em alguns países da América Latina, a maioria da população preferiria uma ditadura desde que lhe garantisse algum bem estar social. Diante disso, é claro que o povo enfatiza em primeiro plano as melhorias que o governo oferece, como por exemplo, a volta democrática de Getúlio Vargas depois da ditadura do Estado Novo, em decorrência principalmente da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas. Torna-se evidente, portanto, que a ignorância por parte de uma parcela de cidadãos, põe em risco a construção da redemocratização no Brasil. É imperioso, nesse sentido, uma postura ativa das escolas através de palestras voltadas ao período de restrição dos direitos civis em conjunto com o estudo mais enfatizado de regimes políticos. Além disso, a mídia deve promover discussões acerca do tema em seus veículos de comunicação com a participação de especialistas no assunto. Já para o indivíduo é imprescindível analisar o cenário político por uma ótica mais crítica e buscar informações de várias fontes. Só assim haverá uma democracia sólida e efetiva no país.