A democracia, nada mais é, do que um governo onde a vontade popular predomina, onde o povo é o titular e destinatário do poder. Entretanto, esse conceito-embora esteja formalmente em vigência- não é difundido no Brasil. Os habitantes, em geral, assistem aos acontecimentos ‘’bestializados’’, como diria José Murilo de Carvalho, e essa postura deve ser mudada. É necessário aumentar a participação popular para construir uma legítima democracia. Infelizmente, a nação fica em segundo plano, passiva em inúmeros acontecimentos ao longo da história. Ocorreu, por exemplo, em 15 de Novembro de 1889, quando Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República. O povo, ao contrário do usual, não atuou nesse importantíssimo processo, a dita República veio como resultado dos interesses elitistas, sobretudo da elite militar. A alienação e a participação secundária brasileira estão no cerne de inúmeros impasses sociais e políticos – Como na instauração de ditaduras e na condução de impeachments, por exemplo. Para evitar tais problemas, é necessária uma conduta mais crítica e ativa frente aos acontecimentos nacionais. Nesse quesito entram os meios de comunicação como potenciais difusores do senso crítico. Embora sejam utilizados, inúmeras vezes, em manobras de alienação, tais meios podem ser uteis quando se tem um objetivo – O de encontrar a verdade, no caso. Unido às políticas de transparência, poderiam auxiliar o cidadão a vigiar o seu país, analisando ações e destinos de verbas. Essa seria uma ótima forma de diminuir a omissão brasileira frente à política, já que o país possui nota 5 e 4.38 para participação e cultura política, respectivamente, segundo dados da revista The Economist. Logo, ações são necessárias para resolver tal impasse. Instituir canais de transparência, onde sejam publicadas todas as ações que tangem a administração do país é uma boa medida e que pode ser feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em parceria com o Ministério de Comunicação (MC). Outro ponto importante é trabalhar a consciência política e crítica do cidadão brasileiro, tornando obrigatórias as grades de filosofia, sociologia e estudo constitucional, para que, em conjunto, abram o pensamento estudantil e situem de seus direitos e deveres na sociedade, o que pode ser feito pelo Ministério da Cultura e da Educação (MEC). Essas ações conduziriam a uma ruptura da omissão brasileira, redemocratizando o país e aumentando a participação ativa dos habitantes em sua condução.