Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 15/07/2016

Segundo o médico Drauzio Varella, a situação do aborto no Brasil é uma hipocrisia generalizada, pois o aborto é livre para quem tem dinheiro para pagar médicos clandestinos e experientes, entretanto quem não o tem sempre corre risco de vida no que já se registra como a 5ª maior causa de morte materna no país segundo a Organização Mundial de Saúde. Tal cenário criou um ambiente em que parte da população apresenta argumentos a favor da descriminalização do aborto enquanto outra defende seu ponto de vista contrário à mesma, uma vez que tal ato ainda é considerado crime no país. A parte a favor da legalização do aborto se intitulando como “pró-escolha” argumenta que toda mulher deve ter o direito de escolher sobre o que ocorre com seu próprio corpo, pois vivemos em um país democrático onde as liberdades individuais devem ser respeitadas. Além disso, a criminalização do mesmo não é eficiente, visto que várias mulheres, correndo risco de vida, ainda assim o fazem de forma clandestina. Logo, a possibilidade de abortar deve ser legalizada e auxiliada pelo Estado. Ambos são argumentos plausíveis. No entanto, deixam de lado os argumentos levantados pelo grupo que se intitula como “pró-vida”. Esse grupo que se diz contra a legalização do aborto lembra que o ato de interromper o desenvolvimento de uma vida é crime de assassinato com agravante, pois se trata de uma vida humana completamente indefesa criada por Deus. Ainda assim, concorda em partes com a argumentação “pró-escolha”, porém ressalta: a mãe deve ter o direito de decidir sobre o que ocorre com o seu corpo, mas não com o corpo que está em seu útero. Logo, o aborto deve continuar como crime em quaisquer circunstâncias. Em vista do apresentado, vale salientar, portanto, que a liberação do abortamento é uma questão extremamente delicada que deve ser tratada de maneira ponderada e consciente, pois como afirmava Aristóteles: a virtude do homem reside na justa medida, isto é, na prática da moderação, evitando-se o excesso e a falta. Portanto, criminalizar ou descriminalizar completamente não parece ser uma medida virtuosa. Dessa forma, o Ministério da Saúde deve elaborar um conjunto de iniciativas que solucionem esse problema na sociedade, incentivando a elaboração de projetos de lei adequados e possibilitando, com isso, condições mais favoráveis para a população.