Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 30/06/2016

No Brasil, em pleno século XXI, a desigualdade entre os sexos insiste em persistir. Uma vez iniciada a gravidez, a autonomia da mulher é legalmente suprimida e, se exercida, é criminalizada pelo Estado. O principal motivo declarado tem natureza mais moral que jurídica: a proteção da vida. Apesar do que muitos alegam, para o direito, a vida só se inicia, se, após o nascimento, a criança respirar. Já, para muitas religiões, o início da vida ocorre a partir da fecundação. Percebe-se, então, que o Estado brasileiro, mesmo que laico, ainda é bastante influenciado pela religião, razão pela qual permanece criminalizando o aborto, ao contrário de outros, também laicos, que o admitem até o 3º mês de gravidez. Mas a criminalização não é a única consequência possível, caso a mulher exerça a autonomia que lhe foi suprimida. Como não é legalizada, a interrupção da gravidez é realizada em clínicas clandestinas sem qualquer estrutura ou por conta própria (auto-abortos), implicando, muitas vezes, a morte da gestante. Nesse momento, a proteção da vida desta parece não ter muita importância para aqueles que a defendem. Dessa forma, o cenário é um dos piores, a mulher não tem o direito de escolher pela maternidade, esta e todos os seus ônus são impostos a ela. Mas se insistir em escolher, cabe a ela a morte ou a cadeia. Mas o futuro pode ser diferente. Para tanto, a legalização do aborto é imprescindível. Ademais, o governo deve garantir, por meio do SUS, o acesso ao procedimento e a uma equipe multidisciplinar composta por médico, psicólogo e assistente social. Deve, ainda, garantir que aquelas que mantiverem a gravidez terão toda a assistência do Estado, por meio de creches e/ou ajuda financeira e/ou por outros meios.