Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 25/08/2018

Em “O segundo sexo”, Simone De Beauvoir defende que a criminalização do aborto tira o poder da mulher de tomar decisões sobre sua vida. Além disso, na obra, ela mostra que, na sua época, o controle do aborto era usado para controlar a sexualidade da mulher, tendo em vista que muitas mulheres temendo engravidar, só tinham relações sexuais depois do casamento. Embora, atualmente, não exista esse controle sexual, graças aos métodos contraceptivos, ainda hoje, no Brasil, a mulher não tem direito de escolha sobre a interrupção da gravidez. Fato que vem gerando inúmeros debates entre os prós e os contra o aborto. Aqueles que são contrários ao aborto, essencialmente, grupos religiosos, afirmam que antes mesmo de nascer o feto já é uma vida, e como tal, sentirá dor ao ser torturado com a mutilação. Além do mais, eles apontam que as mulheres que já realizaram o crime se arrependeram e que elas sempre têm a escolha de dar para a adoção. Entretanto, estudos de universidades norte-americanas com mulheres que abortaram mostraram que 95% das mulheres acreditavam que tinham tomado a decisão correta. Ademais, já foi comprovado que o desenvolvimento do sistema nervoso só acontece após a 26º semana, logo, antes disso, o feto não é capaz de sentir dor. E, por último, os orfanatos não são a melhor opção, haja vista que estudos têm provado o efeito negativo de uma vida no orfanato para as crianças institucionalizadas. De acordo com o neurocientista Nelson Charlie, integrante dos estudos, essas crianças têm, geralmente, desvios comportamentais. Fora que a taxa de mortalidade infantil nessas instituições é maior que a média nacional. Infere-se, portanto, que o Brasil precisa dar o direito de escolha às mulheres. Sendo necessário para isso que o legislativo revogue a lei que criminaliza o aborto, o que, provavelmente, diminuirá o número desse procedimento. Como em Portugal, onde houve uma queda de 10% entre 2008 e 2015. Também será necessário que o Ministério da Saúde disponibilize a interrupção no Sistema Único de Saúde (SUS). Para que assim a mulher tenha um atendimento gratuito e de qualidade, visto que a maior parte das mulheres que morrem nesses procedimentos clandestinos é de baixa renda.