Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 27/03/2017

Machismo. Preceitos religiosos. Culpa. No Brasil, em qualquer que seja a época que se busque, a voz feminina sempre foi abafada pelo estrondoso som do patriarcado, principalmente em relação ao aborto. A maior barreira imposta à autonomia de escolha materna se encontra em ideologias religiosas somadas à condições socioeconômicas e culturais, todas estas empacotadas e protegidas com o grande laço da hipocrisia. Na atual política brasileira, especialmente no senado, onde a lei que criminaliza o aborto foi aprovada, está instalado um enorme caos, principalmente pela grande quantidade de deputados que afirmam representar os interesses da parcela religiosa brasileira. Essa situação não só fere a Constituição Brasileira por o Brasil ser laico, como também desrespeita a autonomia individual de cada mulher, isto é, independente de sua ideologia, são obrigadas a seguir tais preceitos que proíbem a interrupção da gravidez, mesmo contra sua vontade. Além disso, vale ressaltar que embora criminalizada, essa prática é recorrente entre as gestantes. O que as distinguem umas das outras - qual morre ao fazê-la e qual não carrega sequelas ou é acusada por tal ato- é justamente seu nível social. Uma característica marcante dessa realidade se apresenta no alto índice de óbitos durante o procedimento por mulheres de regiões carentes e periféricas em clínicas clandestinas, em um ato de total desespero por não terem condições de ter filhos; ao passo que quanto maior as condições de vida da mulher, mais fácil se apresenta a ela ter acesso á clínicas mais capacitadas e com maior segurança. Diante desse cenário, é possível observar que embora visível a necessidade de maior liberdade para as mulheres, ainda se encontra longe esse direito enquanto a decisão estiver nas mãos da maioria contrária. É necessário que haja uma reforma, pelo Senado, dessa lei para que se faça valer a escolha individual, seja por meio de um plebiscito ou mesmo sua total legalização. Ademais, caso ocorra a legalização, é preciso um grande investimento do poder público para que sejam feitos procedimentos bem estruturados à mulheres com baixo poder aquisitivo, interrompendo, dessa forma, o crescimento do número de óbitos.