Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 24/03/2017

A legalização do aborto é bastante discutida, entretanto é ainda um assunto cheio de tabus. Mesmo que o Estado seja laico, a intervenção religiosa tem bastante força na formação de opiniões que influenciam na legitimação de leis. A descriminalização implica em não tratar como crime a decisão de uma mulher ao optar pelo aborto, sendo assim, não incentiva que outras o façam. Salienta-se que diversos são os motivos que levam à decisão do aborto e cabe a mulher o direito de optar por fazê-lo, ou não. A Pesquisa Nacional do Aborto, feita pela UnB aponta que 35% delas recebem de dois a cinco salários mínimos e 11% recebe mais de cinco salários. A diferença está na segurança no momento do ato, já que na sua grande maioria, as pobres recorrem a métodos que podem colocar suas vidas em risco nas clínicas clandestinas, enquanto aquelas que possuem condições financeiras favoráveis viajam a países que há a legalização. A questão envolvida é de saúde pública, logo a legitimação impede que muitas morram em situação de insalubridade ou recorram a remédios que causem efeito adverso perigoso. O mesmo estudo aponta que 88% destas possuem religião, logo, tratar como crime atenua os efeitos psicológicos envolvidos. Acrescenta-se que muitos dos “pró-nascimento” levam em vista apenas o momento do parto, a qualidade de vida e a formação educacional na qual a criança será inserida não é levada em consideração muitas das vezes, sendo assim, muitas são colocadas à margem da sociedade e toda a comoção antes aplicada é convertida em preconceitos sociais. Levando em consideração que os métodos contraceptivos não são de todo eficazes e muitos possuem quantidades altas de hormônios e que, além disso, podem levar a infertilidade em longo prazo, fazem-se necessárias medidas que assegurem a mulher o direito da escolha de ter ou não a gestação completa. A interrupção da gestação, que há pouco tempo foi legalizada para até três meses de gravidez, deve ser oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) respeitando o sigilo e a integridade da mulher frente à sociedade. Além disso, escolas de qualidade, boa alimentação, moradia e demais direitos básicos devem ser assegurados, já que a falta de condições para o crescimento saudável do indivíduo, leva á escolha do aborto em muitos casos.