Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 01/10/2016

A prática da interrupção da gravidez indesejada já existe a muito tempo, na qual existem mulheres que podem pagar caro para terem o mínimo de segurança possível, enquanto outras sem condições financeiras submetem-se a processos indevidamente sem acompanhamento, causando graves problemas de saúde ou até mesmo morrem. O aborto é um problema complexo de saúde pública e a sua legalização é uma necessidade. A questão não é permitir o aborto, mas sim que independente da proibição ele ocorre em grande número, isso é uma realidade, e que vai continuar acorrendo indiscriminadamente. A legalização permitiria que todas mulheres independente da classe tenham o direito de um processo minimamente seguro, ético e humanizado. Toda via, além de diminuir a taxa de mortes de mulheres, o gasto na saúde pública também diminuiria, pois o Estado tem um gasto maior para tratar das consequências do procedimento clandestino devido à falta de higienização e tantos outros fatores. A legalização não significa aumentar o número de abortamentos, pois quem é contra e acredita que o ato fere seus valores e princípios morais não é obrigado a realizar, uma lei simplesmente não vai mudar o caráter das pessoas. Só que é preciso respeitar quem possui ideologias diferentes, sendo assim a ilegalidade do aborto compromete os direitos à democracia, em que é de suma importância a independência de fundamentos religiosos nas decisões do Estado relacionados ao interesse público, e garantir a laicidade do país. A reincidência não é algo que deva ser pertinente, como mostra dados de países onde já é legalizado, por exemplo, os EUA, pois é um processo traumatizante e invasivo, levando até uma possível esterilidade, portanto mulher alguma vai gostar de se submeter a esse procedimento constantemente. Por último, o que causa maior polêmica sobre o assunto é a concepção de vida, e o aborto ser um assassinato de um indefeso. Mas, a definição de vida é intrinsicamente pessoal e não podemos impor nossas concepções a outrem, porém por se tratar de saúde é importante avaliar o ponto de vista da medicina que considera vida quando há o funcionamento do sistema nervoso central, o que no feto só é perceptível após o terceiro mês de gestação. Vale ressaltar, a lei que permite a doação de órgãos quando a atividade cerebral é inativada devido acidentes denominada morte cerebral, é baseada na concepção de vida estabelecida pela medicina. Dessarte, o importante é dar liberdade aos que pensam diferente, possibilitando o acesso e atendimento sem julgamentos e preconceitos, respeitando a escolha de assumir a maternidade ou não. Cabe ao governo a descriminalização do aborto, através da implantação da lei e que ainda crie programas de assistência nas unidades de saúde, para que mulheres sejam orientadas e acompanhadas no decorrer dos procedimentos abortivos e invista em métodos contraceptivos diversos com gratuidade. Assim, deixaremos as sequelas das situações precárias e ariscadas do aborto clandestino para que mulheres possuam proteção e livre arbítrio sobre seus corpos.