O aborto é um ato polêmico e sensível que toca e agita vários paradigmas de uma sociedade, de um lado temos a gestante querendo mais autonomia e poder de escolha sobre o próprio corpo e de outro temos princípios como o direito à vida, o direto a saúde da gestante, princípios éticos, morais e religiosos. Hoje o aborto é considerado legal em algumas situações como em caso de estupro, ou quando a gestação coloca em risco a vida da gestante. Alguns membros do CFM (Conselho Federal de Medicina) defendem a ideia de se legalizar o aborto até os 3 meses de idade pois nessa fase complicaria em menos riscos para a saúde da gestante e o sistema nervoso do feto ainda não está formado. Mas é preciso que a mulher tenha autonomia nessa escolha pois como revela a pesquisa nacional do aborto, realizada em 2010, 1 em cada 5 mulheres já praticaram o aborto, sendo que no Brasil em média temos cerca de 1 milhão de aborto por ano, onde na maioria dos casos o aborto é realizado por profissionais desqualificados gerando enormes riscos a vidas de mulheres que buscam uma saída a situação de gravidez. O estado tem esse papel de gerir os interesses da população, regulamentando ou vetando normas, mas principalmente tentando criar uma sociedade mais justa. É preciso ser criado um cenário onde dê a gestante a autonomia de escolha de modo a deixar claro as possibilidades e as possíveis consequências, mas dando principalmente liberdade moral, livre de julgamentos e repúdios pois sem uma verdadeira liberdade não há uma verdadeira autonomia na escolha.