Título da redação:

O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 25/08/2017

Aborto: interrupção do desenvolvimento do feto durante a gravidez, desde que essa não ultrapasse a vigésima semana e que pode ser tanto espontâneo- ocasionado por causas naturais- quanto artificial- induzido com intuito de expulsar o feto do útero- seja esse realizado com auxílio de profissionais da saúde ou não. Tendo em vista que a prática de indução ao aborto é considerada ilegal pela constituição brasileira- salvo nos casos em que se comprova gravidez provinda de abuso sexual, risco de morte para a mãe ou gestação de indivíduos anencéfalos- essa persiste e se configura como grave problema de saúde pública, já que a todo momento mulheres são levadas a óbito no Brasil. Não obstante, a questão que cerne a prática do aborto, seja esse ilegal ou não, se torna um assunto de difícil debate por ser considerado, por várias pessoas, tabu social. Pois, mesmo as gestantes que foram vítimas de violência sexual ou as que possuem um feto com má formação, na maioria dos casos, não têm pleno conhecimento de seus direitos- pela constituição do país, gestante vítima de estupro, mulher que se encontre em gestação de grave risco à vida ou que possua feto com má formação cerebral, deve ter o direito ao aborto assegurado pelo Estado não havendo necessidade de ordem judicial. Contudo, não é o que acontece com a maioria das mulheres que precisam desse tipo de assistência, pois muitas delas ao chegarem nas instituições que devem lhes garantir apoio- hospitais, maternidades ou clínicas- se deparam com certa burocracia que em teoria deveria não existir ou até mesmo com a oposição de profissionais- médicos, enfermeiros e assistentes- que se opõem à sua vontade de interromper a gravidez.Portanto, ao assumirem essa postura esses profissionais evidenciam que há ausência de certa autonomia por parte da mulher que possui direito ao aborto assegurado pelo Estado. Devido as exigências impostas por alguns responsáveis pelo processo o tramite de procedimento do aborto legal se torna lento, por isso muitas mulheres acabam por optarem pelo aborto clandestino, inclusive nos casos em que houve gravidez devido a estupro, já que esse na maioria dos casos é velado devido ao fato de o agressor ser alguém próximo. Portanto, para que a questão que cerne a autonomia da mulher que deseja ou necessita interromper sua gravidez seja compreendida e acima de tudo respeitada é crucial que haja um melhor preparo dos profissionais envolvidos, para isso cabe ao Estado a responsabilidade de custear cursos, palestras, debates, bem como pesquisas que auxiliem esses profissionais sobre a importância do acolhimento para com essas mulheres. Outro setor que deve colaborar com essa temática, no intuito de promover conscientização social é o midiático, pois cabe a esse o dever de transmitir à sociedade a informação de que nem todo tipo de aborto configura crime o que deve ser feito por meio de propagandas bem como programas que debatam e tragam o assunto do aborto legal para o âmbito social, inclusive familiar. Sendo essas medidas eficazes para a preservação de algo muito importante para qualquer ser humano, sua dignidade.