Título da redação:

Além dos princípios éticos e morais

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 03/04/2016

Na constituição vigente, o aborto é legal somente em três ocasiões, sendo elas quando a gestante foi vítima de estupro, o feto pode trazer riscos a vida da mulher, ou quando o mesmo não conseguiu formar seu cérebro por completo. Incontestavelmente tal decreto vem sendo constantemente violado, o que é um problema. A sua legalização integral e descriminalização vem sendo discutida há décadas em nosso país, fazendo com que a sociedade divida-se em dois grupos de diferentes opiniões referente a autonomia da mulher brasileira, em interromper uma gravidez. Não podemos mais nos deixar levar por questões emocionais ou religiosas como faz a oposição, que considera o aborto algo abominável e inaceitável, que facilmente o compara a qualquer outro crime hediondo. Sabe-se que o aborto é uma das maiores causas de morte entre as gestantes, que mesmo sendo ilegal é muito praticado por elas, que quando sentem-se incapazes de criar uma criança, por não terem o apoio de seus familiares ou condições financeiras favoráveis, acabam procurando formas clandestinas de interrupção. De fato com a legalização do aborto os óbitos serão diminuídos, já que assim as mulheres não precisarão sujeitar-se a abortos de risco. O SUS (Sistema Único de Saúde) atualmente já vem gastando uma boa parte de sua renda em ''concertos'' de interrupções que não deram certo, sendo que esse mesmo valor poderia ser revertido à operações seguras, feitas por médicos preparados e hospitais estruturados. Distribuir preservativos e anticoncepcionais, como o Governo vem fazendo não está sendo o suficiente para evitar gravidezes indesejadas, e não podemos fechar os olhos para isso. É necessário uma reforma social no Brasil, começando pela aceitação do livre-arbítrio de que todo ser humano tem o poder de decidir as suas ações e pensamentos segundo o seu próprio desejo e crença, e de que toda mulher é dona de seu corpo e tem o direito de ditar suas próprias regras sobre ele. Os órgãos competentes, Governo Federal, juntamente com o Ministério da Saúde e da Educação, deve criar formas de instruir a sociedade e quebrar tabus, com programas de incentivo a proteção sexual, fazendo parcerias com meios de comunicação influentes em nosso país como emissoras de televisão e rádio, para que toda a população seja alcançada, além de levar palestrantes às escolas e comunidades, e oferecer apoio psicológico gratuitamente para as gestantes e seus familiares.