Título da redação:

Aborto no Brasil tem cor e renda.

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 24/02/2016

Durante séculos o aborto tem sido realizado de forma legal, ilegal e espontânea no mundo todo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 20 milhões de abortos é insegura, fato extremamente alarmante. No Brasil as altas taxas de mortalidade maternas são em decorrência destes, de fato é um grande problema de saúde pública ligando a criminalização, preconceito, fatores religiosos e de ignorância. Em nosso país o aborto tem cor e renda. No Brasil quanto mais pobre e sem instrução mais perigosa é a interrupção da gravidez, gerando altos índices de mortes. Mulheres pobres são as que mais sofrem, pois muitas vezes não encontram outra solução e acabam recorrendo ao aborto sendo, muitas vezes, mal sucedido levando essas mulheres debilitadas a hospitais públicos. Nesses locais elas são submetidas a negligências por parte dos profissionais que as humilham, causando mais dor e sofrimento, a explicação para essas atitudes um tanto patéticas tem base no machismo vivido pela sociedade na qual a mulher é a única culpada, no fundamentalismo religioso cada vez mais presente na política brasileira que impede que leis sejam aprovadas porque a religião não permite. Pelo artigo 124 do Código Penal é constituído crime provocar aborto em si mesmo, salvo alguns casos específicos, porém a criminalização não faz com que se ocorra menos abortos e sim com que se tenha menos segurança. Mulheres de classe média ou alta tem segurança garantida, pois podem pagar por isso já mulheres pobres ficam a mercê de órgãos públicos e locais públicos, onde muitas vezes as denúncias partem daí e essas mulheres são presas, condenadas ou acabam morrendo. Muitas pesquisas realizadas ultimamente apontam que em países onde o aborto é legalizado a taxa de mortalidade materna caiu e houve uma redução no número de interrupções. Para seguir esse exemplo é necessária a implantação de uma educação sexual e reprodutiva em escolas da rede pública e privada, uma prática comum de planejamento familiar incentivada pelo governo e aliada ao uso de métodos anticoncepcionais. Para isso será necessário campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde e uma conscientização da sociedade por si mesma.