Inquestionavelmente, o número de abortos que acontecem no Brasil é enorme; entretanto há um problema: são abortos ilegais, feitos por pessoas pouco capacitadas e em locais inadequados. Tais fatores, somados, geram mortes, doenças e, ainda por cima, um caos perante o assunto e a autonomia da mulher sobre o seu corpo. Apesar de ilegal, o aborto acontece. O problema em questão é as condições em que o procedimento vem a acontecer. Clinicas clandestinas, “médicos” desqualificados e instrumentos mal esterilizados: é este o cenário de grande parte dos abortos que acontecem no Brasil atualmente. Gestantes, em situação de desespero, acabam por se prestar ao procedimento e, conseguinte destes há a aquisição de DSTs, mortes, infecções... Autoridades precisam colocar tudo isto em uma balança: até que ponto manter o aborto algo ilegal é vantajoso? Devido ao fato de o procedimento ser ilegal, mulheres buscam formas clandestinas de realiza-lo; o que trás inúmeros riscos à saúde. Com a legalização do aborto, o procedimento passaria a acontecer de forma adequada e seria possível ainda, haver um controle do governo. Sem dúvida, a legalização do aborto traria uma sensação de controle de seu próprio corpo para a parcela feminina da população. As mulheres viriam a sentir que tem direito de decidir o que acontece em seus corpos, suas vidas. O aborto, indubitavelmente, é um procedimento doloroso – tanto física quanto psicologicamente, entretanto muitas vezes a mulher vê este como sua única saída; toda mulher deve ter o direito de decidir que rumo dar à gestação: interrompê-la ou dar continuidade. Por fim, afirma-se que a implantação de um sistema para a realização e controle do aborto é algo que deve ser considerado pelo governo, uma vez que isto reduziria o número de procedimentos clandestinos e suas conseguintes mortes. Outrossim, é interessante investimento em campanhas de conscientização sobre métodos contraceptivos, o que traria uma diminuição no número de casos de gestações indesejadas.