Título da redação:

A autonomia da mulher brasileira e o aborto

Tema de redação: O cenário da autonomia da mulher brasileira nos casos de interrupção da gestação.

Redação enviada em 17/02/2016

O cenário da interrupção da gestação da mulher brasileira é bastante controverso. Isso se deve ao fato da mulher não ter autonomia plena no direito a escolha da interrupção da gravidez. E as consequências dessa falta de autonomia se refletem nos âmbitos sociais, econômicos, jurídicos e religiosos. Atualmente, no Brasil, o aborto é permitido em três casos específicos: estupro, risco de morte para a mãe e bebê anencéfalo. Entretanto, se uma mãe não desejar ter um filho, mesmo sem possuir as três condições, ela seria obrigada a tê-lo? Essa reflexão remete a um ditado que diz: “O meu direito termina onde começa o do outro”. E isso também vale na questão do aborto. A partir do momento em que não há o direito de escolha, não há autonomia, nem liberdade, nem exercício pleno da cidadania. Ou seja, a escolha é refém das diversas instituições vigentes no Brasil. Uma vez que a mulher se vê obrigada a ter o filho, uma série de consequências passa a ser desencadeada tanto para a própria mãe, quanto para a sociedade em geral. Além do risco de vida da mulher em clínicas clandestinas - sem a menor condição para esse tipo de operação – há também o fato de algumas mães, por não quererem os filhos, não dão o devido cuidado, atenção e instrução. Com isso, esse futuro jovem tem mais chances de entrar no mundo do crime, contribuindo para o aumento da violência. Sem mencionar o fato que, ainda que a mãe tenha o filho e o entregue à adoção, o sistema é tão burocrático que leva anos para a criança encontrar um lar, o que acarreta em ainda mais sofrimento para a criança. Enfim, o cenário ainda é bastante desfavorável à autonomia da mulher na questão do aborto, e precisa ser muito discutido. É necessário a criação de fóruns de debate, reuniões com médicos e especialistas para abordar questões de saúde, modernizar o sistema de adoção, etc. Só assim, a mulher terá as mínimas condições para decidir o seu futuro, sem infringir nenhuma lei e exercendo a sua cidadania plenamente.