O Brasil nasceu e se desenvolveu como uma colônia de exploração, o Pau-Brasil, a Cana de Açúcar, o ciclo da borracha, a exploração do café e do leite entre outros são exemplos da exploração agropecuária histórica nacional. O processo de formação da economia brasileira sempre esteve ligado ao campo e sua produção, porem, os mecanismos agressores dos recursos naturais empregados nas lavouras, aliados as fracas garantias trabalhistas rurais ainda persistem e são a causa de desastres naturais e sociais. Getulio Vargas em seu governo durante o Estado Novo criou o primeiro conjunto de leis trabalhistas, porem, por pressão da chamada “Banca Ruralista” formada por ministros fazendeiros, este conjunto de leis só acobertou os trabalhadores das cidades trazendo um prejuízo social enorme para os trabalhadores do campo, pois, sem as garantias previstas na CLT(Consolidação das Leis de Trabalho) de 1943 as condições de trabalho continuaram precárias, em muitos casos análogos a situação de escravidão, garantindo a manutenção do lucro dos fazendeiros em detrimento do trabalhador. Embora o próprio Getulio Vargas falasse de Reforma Agraria, ainda hoje poucas mudanças aconteceram neste sentido e estas injustiças ainda são flagradas em todo o território nacional. Outro ponto a ser observado é o uso sem responsabilidade de agrotóxicos somada a culturas agressivas como o Plantation, que é uma forma de monocultura de latifúndio que empobrece o solo e emprega mão de obra barata, estas práticas perpetuam a má distribuição das terras produtivas no Brasil, concentrando grande quantidade de solo fértil na mão de uma pequena parte da população. Isto alerta para a importância da discussão de políticas mais justas na concessão de solo produtivo, e fomenta o debate ambientalista de proteção dos recursos naturais. Entende-se, portanto, que a persistência das práticas agressivas e injustas na agroindústria brasileira, se deve a ainda fraca coibição por parte do estado e por uma busca a todo custo pelo lucro por parte dos fazendeiros. A fim de atenuar este problema, o Governo Federal em parceria com as esferas estadual e municipal devem punir exemplarmente as más praticas no agronegócio. A utilização de multas mais pesadas para os crimes ambientais contribuiriam para coibir o uso indiscriminado de agrotóxicos e a prisão de fazendeiros que utilizam mão de obra ilegal ajudaria a diminuir os casos de exploração do trabalhador. Alem disso, a população deve exigir do Estado um maior debate sobre a Reforma Agraria, para que através da pressão popular o Brasil possa realizar justiça social para o camponês, sem desrespeitar os direitos legítimos dos grandes fazendeiros.