Durante a segunda metade do século XX, o Brasil passou por transformações importantes no processo produtivo do campo, conhecida como Revolução Verde. Tais mudanças consolidaram o agronegócio no país da forma que é conhecida atualmente, com mão de obra altamente mecanizada, monocultora e uso de grandes propriedades rurais: os latifúndios. Contudo, a intensividade desta atividade econômica gerou insustentáveis problemas ambientais, devastando importantes biomas e alterando, por conseguinte, o clima. Segundo o relatório de "O Estado das Florestas do Mundo", entre 2000 e 2010, o agronegócio foi responsável por 70% do desmatamento na América Latina. A expansão da fronteira agrícola é fator principal para a causa deste impacto, dado a demanda por maior produção no mercado internacional e, consequentemente, o aumento dos latifúndios, os quais praticamente pressionam e devastam áreas florestais. No Brasil, onde as atividades do agronegócio concentram-se na região centro-oeste, os biomas mais afetados são o Cerrado e o Amazônico. Por outro lado, a situação de crise hídrica no estado de São Paulo de 2014 a 2015 relaciona-se indiretamente com os impactos ambientais do agronegócio na Floresta Amazônica. Os "rios voadores", formados graças à evapotranspiração dos vegetais, são transportados pelos ventos para a região sudeste, proporcionando chuvas. Todavia, com a retirada da cobertura vegetal promovida pela agropecuária, tal fenômeno é prejudicado, causando a seca que assolou grande parte de São Paulo. Diante deste cenário, cabem medidas. É necessária a criação de uma organização supranacional que integre países americanos que possuem o bioma amazônico em seus territórios, desta forma, deverá ser utilizado, em conjunto, sistemas de monitoramento e forças de segurança para que atuem na proteção ambiental da floresta contra a expansão ilegal da fronteira agrícola. Paralelo a isso, os governos devem incentivar a agricultura familiar, através de empréstimos e fornecimento de maquinário ao pequeno agricultor, substituindo, paulatinamente, o insustentável agronegócio.