O avanço do agronegócio no Brasil e os reflexos no meio ambiente são uma temática muito discutida entre os especialistas. Isso deve ser analisado, entendido e rechaçado, uma vez que esse avanço provoca fortes impactos negativos sobre os ecossistemas.Nesse sentido, dois aspectos se fazem relevantes: as causas da recente expansão do agronegócio e os principais prejuízos socioambientais desse processo. Em um primeiro viés, cabe ressaltar que, segundo a Geografia,o agronegócio corresponde a toda relação comercial e industrial envolvendo a cadeia produtiva da agropecuária e, está intimamente relacionado com as atuais propriedades monocultoras e tecnológicas.Nesse sentido, o advento de novas tecnologias associado ao avanço das fronteiras agrícolas do país permitiu o avanço do agronegócio no Brasil. Assim, além da região Centro-Oeste,responsável por 40% de toda a produção agrícola brasileira,as fronteiras agrícolas avançam,recentemente, pelas regiões Norte e Nordeste, entrando na área chamada Matopiba(Maranhão,Tocantins,Piauí,Bahia). Esse cenário corrobora a urgência em rechaçar o avanço desenfreado do agronegócio, uma vez que as grandes propriedades agropecuárias contribuem diretamente para o problema da concentração de terras no Brasil e são um entrave para a reforma agrária do país.Desse modo,deve-se salientar que esse avanço prejudica o desenvolvimento da agricultura familiar, uma vez que que os latifúndios ocupam o espaço das pequenas propriedades. Em uma outra perspectiva,é válido ressaltar os principais prejuízos para o meio ambiente decorrentes da expansão das terras para o cultivo agrícola e a pecuária. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura(FAO),o agronegócio gerou quase 70% do desmatamento na América Latina entre 2000 e 2010.Esse estudo da FAO mostra que,especialmente na Amazônia, a produção para os mercados internacionais foi o principal fator de desmatamento após 1990.Assim, é possível observar que essa prática visa a atender principalmente aos interesses dos grandes produtores agrícolas,sem melhorar ,contudo, a infraestrutura e a expansão urbana para o norte do país. Nesse sentido, fica claro que a agricultura comercial não pode continuar crescendo às custas das florestas e dos recursos naturais,provocando desequilíbrios nos ecossistemas e prejudicando as populações. Por isso, medidas urgentes fazem-se necessárias. Em face do que foi apresentado, infere-se que o Poder Público deve atuar com o objetivo de distorcer o processo histórico da concentração fundiária,promovendo a fiscalização de imóveis improdutivos e assegurando o desenvolvimento sustentável das atividades no campo.O Estado deve,também, criar e implementar projetos que estimulem a agricultura familiar,uma vez que esta é a principal responsável pelo fornecimento de gêneros para o mercado interno do país.Some-se a isso, investimentos em educação,valorizando e capacitando os professores no intuito de formar uma sociedade mais comprometida com o pleno desenvolvimento de seu país.