Título da redação:

Do predatismo ao mutualismo

Tema de redação: O avanço do agronegócio e os reflexos no meio ambiente

Redação enviada em 11/10/2016

O período colonial brasileiro iniciou-se no século XVI com a exploração do pau-brasil pelos portugueses, que utilizavam a mão-de-obra indígena; no século seguinte desenvolveu-se o ciclo do açúcar, desta vez utilizando o trabalho escravo africano, tais atividades impactaram o meio ambiente e os direitos humanos. Atualmente, esse quadro não é muito diferente, o agronegócio é responsável pelo desmatamento em grande escala para o pastoreio ou plantação de alimentos para a exportação, bem como a escravidão do trabalhador. Cabe, portanto, avaliar os desequilíbrios ambientais e sociais dessa prática crescente. A vantagem econômica da pecuária e agroindústria é alta, uma vez que o país é grande consumidor da carne bovina e um dos maiores exportadores de grãos do mundo. Logo, o progresso financeiro em detrimento do meio ambiente torna a prática crescente e altamente predatória, em que o desmatamento ilegal ocorre em larga escala. Além disso, é comum relações de trabalho baseadas em supostas dívidas do empregado com o patrão, acarretando na prisão daquele à terra, condição tipicamente escrava. Mesmo com o avanço de leis protecionistas e trabalhistas, a punição e contenção de atividades ilegais desse tipo de atividade é impossibilitada pela grande extensão territorial do país, que não disponibiliza de vigilância suficiente para resolver tal problema. Além disso, o incentivo de promover a sustentabilidade não ocorre de maneira efetiva, prova disso é que ainda são utilizados mecanismos rudimentares no trato com a terra. Tais fatores geram uma sociedade exploradora e inviabiliza o meio ambiente para a sobrevivência das futuras gerações. Isso se traduz em uma cultura de consumismo desenfreado e crescimento econômico como o bem maior, ao invés de o meio ambiente e das relações sociais. Na biologia, o mutualismo é a relação em que os organismos vivem em harmonia e conseguem beneficiar-se mutuamente, fazendo-se alusão ao tema em questão, deve existir mutualismo do Homem com a natureza, para extinguir a exploração deste. Para isso, o governo deve promover incentivos fiscais a pequenas e grandes agroindústrias que mantiverem o vínculo empregatício legal conforme a lei e, ainda, que promovam práticas como rotação de culturas, controle biológico de pragas ao invés de agrotóxicos e o reflorestamento de áreas desmatadas, dessa forma conseguirá incentivar a sustentabilidade. Além disso, disponibilizar câmeras de vigilância em locais de maior incidência ao desmatamento ilegal e de exploração trabalhista, para fiscalizar e punir infrações.