Título da redação:

Bumerangue da harmonia

Tema de redação: O avanço do agronegócio e os reflexos no meio ambiente

Redação enviada em 28/10/2017

Rachel de Queiroz, em seu livro “O quinze”, do século XX, retratou a intensa seca nordestina que acarretava na fome e miséria por não haver possibilidade de plantio. Um século depois, a agricultura atingiu uma larga escala de produção, em que já é concebível plantar em lugares como o sertão da literatura modernista. No entanto, o agronegócio vai em detrimento do meio ambiente, haja vista a escassez da água, bem como os males da biotecnologia que comungam para manutenção dessa problemática. Em primeira instância, a água é o recurso mais explorado em prol da agricultura. Nesse espectro, as plantações demandam o uso intenso da irrigação, o que afeta diretamente a disponibilidade hídrica. De fato, 70% das aguas são direcionadas à agricultura, segundo dados da Organização das Nações Unidas. Logo, percebe-se um contexto preocupante, pois a ausência de água, se usada indiscriminadamente, pode ocasionar o fim da vida humana na terra. Sob esse viés, reacende-se o questionamento de Richard Rorty – filósofo pragmatista- de qual condição do planeta será herdada pelas futuras gerações. Dessa maneira, coloca-se a necessidade de desenvolver a consciência ambiental. Ademais, a inserção de organismos geneticamente modificados (OGMs) pode gerar desequilíbrios ambientais. Nessa perspectiva, com os avanços da biotecnologia, tornou-se capaz alterar o material genético dos vegetais e cultivá-los em outros biomas. À primeira vista denota-se amplamente benéfico, entretanto, biologicamente, essa manobra pode transformar a espécie em uma praga, porquanto seria ausente de consumidores naturais que, subsequentemente, acarretaria na destruição da vegetação característica dos biomas. Por conseguinte, é nítido que esse recurso é bastante utilizado pela agropecuária visando aumentar a produtividade, contudo, necessita de uma intensa fiscalização a fim de não gerar os óbices supramencionados. Sendo assim, a agricultura modifica o cenário econômico positivamente, mas age como um bumerangue que volta com problemas ambientais. Para solucioná-los, portanto, é imprescindível que o Ministério da Educação auxilie a preocupação com o meio ambiente, mediante palestras e matérias nas escolas promovidas pela Secretaria de Educação que demonstrem as consequências da não preservação da água, no intuito de formar cidadãos capazes de alterar essa realidade. Além disso, deve o Ministério da Agricultura impedir os desastres ambientais, por intermédio de fiscalizações realizadas pelo IBAMA a respeito dos OGMs, com o fito de assegurar a saúde dos biomas nacionais. Desse modo, poderá plantar e ter retornos harmônicos à natureza.