Título da redação:

Agronegócio: raízes mercantilistas

Tema de redação: O avanço do agronegócio e os reflexos no meio ambiente

Redação enviada em 25/10/2016

A questão dos impactos sócio ambientais oriundos do expansionismo do agronegócio nacional não é um fenômeno recente, surgiu após o período pré colonial brasileiro quando, satisfeita com massivos lucros obtidos com a extração e comércio de pau brasil, a coroa portuguesa iniciou um modelo agrícola baseado em plantation, sistema de exploração colonial formado por grandes latifúndios monocultores. É fato que a instalação de uma colônia de exploração em detrimento a de povoamento no Brasil entre os séculos XVI e XIX, fomentou uma cultura típica do mercantilismo europeu. Como sanar esta questão? A superexploração dos recursos ambientais pela agropecuária visando um aumento e maior participação no PIB nacional, produto interno bruto, além da pressão por propriedades cada vez mais produtivas, elevam os índices de práticas imorais, como o uso indiscriminado de insumos químicos e ilegais e o emprego de mão de obra em condições análogas à escravidão. Estas práticas são culturais à medida que historicamente comprovadas perduram até os dias atuais. Embora esta cultura esteja atrelada em diversas facetas sociais, ela é mutável e encontra-se em constante construção. Segundo Henry Ford, “Economia, não tem relação com a quantidade de dinheiro gasto, mas com a sabedoria empregada ao gastá-lo. ”, de forma que ao introduzir no mercado novas regras de comportamento, pode-se alterar esta construção cultural modificando-a em função da educação mercadológica para a economia nacional. A partir do momento que a superlativização do agronegócio começa a exercer pressão social, mudanças são necessárias. Como a adoção à curto prazo de melhores políticas de crédito e incentivos fiscais para propriedades sócio ecologicamente responsáveis pelos principais agentes de expansão e financiamento do agronegócio brasileiro, a Caixa Econômica Nacional, o Banco do Brasil e o Estado nacional, incentivando assim uma produção sustentável. Bem como à longo prazo, a criação de empresas escola, convênios entre as propriedades produtivas e as instituições de ensino técnico e superior, visando o uso da grande massa intelectual presente nas universidades do Brasil em prol de modelos produtivos mais sustentáveis. Conclui-se que, a partir do momento que os reflexos sócio ambientais do avanço do agronegócio nacional ocorrem em função da cultura econômica e educação mercadológica fortemente atrelada à formação histórica do país, somente através delas é possível atingir soluções eficientes a longo prazo.