Assim como um líquido, a modernidade sofre constantes mudanças e não conserva sua forma. Tal ideia, discutida na obra do filósofo polonês Zygmunt Bauman, retrata exatamente o que se vê nos dias de hoje: fluidez. A necessidade de ser eficiente, ágil e infalível dispersou-se de forma inconsciente na coletividade, gerando pessoas adoecidas. Dessa forma, transtornos de ansiedade são cada vez mais frequentes ,trazendo consequências graves e, muitas vezes, trágicas. Caracterizada pelo medo excessivo de fatos ainda não ocorridos, a ansiedade é, segundo o psiquiatra e escritor Augusto Cury, um dos maiores desestabilizadores emocionais da atualidade. O excesso de cobranças, afazeres e a necessidade de ser produtivo funcionam como propulsores de um estado de espírito ancorado no futuro, o que gera, além de angústia e temor, outros transtornos mentais, como a depressão. Assim, ocorre uma deterioração mental que pode culminar em um desfecho dramático, como os casos de suicídio de alunos de medicina em Minas Gerais no ano passado. Além disso, destaca-se o surgimento da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) nesse cenário. De acordo com Cury, a enxurrada de informações recebidas pelos meios de comunicação altera o ritmo da construção dos pensamentos, gerando a SPA. Como a tecnologia é rápida, as pessoas esperam que tudo na vida também o seja, o que gera frustração e desânimo. Desse modo, como muitos não tem um fortalecimento emocional para lidar com os efeitos de todo esse conjunto, o adoecimento é inevitável. Em suma, a ansiedade é uma doença moderna que pode contribuir para o surgimento de outras moléstias em um indivíduo. Cabe aos governos estaduais, em parceria com os municípios, criar Centros de Reabilitação com psicólogos e psiquiatras para tratarem dos que padecem de transtornos ansiosos. Neles, terapias em grupo e individuais devem ser desenvolvidas como meio de promover o autoconhecimento, a fim de evitar o agravamento dos casos e o surgimento de distúrbios relacionados a enfermidade.