Dados recentes da Organização Mundial da Saúde mostram que o Brasil se tornou o país com a mais alta taxa de ansiedade, com um aumento de quase 15% entre 2005 e 2015. Contudo, para que esse número estacione, ou até diminua, é necessário entender o que faz a ansiedade comum tornar-se um problema sério e a necessidade de um tratamento adequado, ainda que não bem aceito socialmente. Seja de forma leve, seja de forma séria, a ansiedade se faz presente na vida de muitos brasileiros. Existem razões que justificam o aumento dos números nos últimos anos e entre elas estão: o estilo de vida em grandes cidades; a atual situação econômica e política do país; o acesso rápido e contínuo a um grande número de informações, sem dar à mente tempo para processá-las; o alto nível de cobrança, principalmente sobre jovens. Isso tudo ocorre de maneira negativa devido, principalmente, a não preparação para lidar e controlar a própria mente, algo necessário, porém pouco levado em conta nestes casos. Apesar de ser uma sensação de mal-estar comum - é normal ficar ansioso antes de fazer uma prova - a ansiedade se torna um problema quando passa a atrapalhar a vida de alguém em variados aspectos. Passa de um sentimento comum a uma doença psiquiátrica marcada pela insônia, pela inquietação, pela irritabilidade, pela apreensão sem motivo aparente, que pode ainda evoluir para a depressão - que possui sua quinta maior taxa também no Brasil - o que ocorre em 24% dos casos, de acordo com a OMS. Assim como qualquer doença física, uma doença que afeta o psicológico deve ser tratada. Entretanto, a resistência em procurar um tratamento psicológico ou psiquiátrico é grande no Brasil, visto que um grande número de pessoas ainda associa esse tipo de tratamento à loucura. Em suma, o número de brasileiros ansiosos pode diminuir. Para isso, faz-se necessária uma preparação psicológica para lidar com os problemas do dia a dia, algo que pode começar no ambiente escolar. Sendo assim, o Ministério da Educação pode adicionar ao modelo brasileiro de educação a educação mental. Além disso, o Ministério da Saúde precisa tornar consciente a população da necessidade de cuidar da saúde mental, assim como da física, e de que reconhecer, aceitar que algo está errado para então procurar por ajuda profissional é essencial para tratar a ansiedade, destruindo, assim, o tabu da busca por tratamentos psicológicos que existe.