Historicamente,a problemática envolvendo a ansiedade sempre se fez presente na sociedade,seja no período da Grande Depressão de 1929,na qual a crise financeira atingiu de maneira avassaladora um enorme contingente de pessoas,deixando-as ligeiramente ansiosas,ou na época da Revolução Industrial,em que a dura carga horária de trabalho causava um exacerbo de estresse nos operários.Nos dias atuais,apesar do Brasil ser um país dotado de avanços tecno-sociais e psiquiátricos,o impasse,por estar atrelado a crise financeira e ao excesso de trabalho,vem crescendo gradualmente na contemporaneidade,interferindo na vivência cidadã. À guisa de Rousseau,“o homem nasceu livre e por toda parte encontra-se acorrentado".Nesse contexto,a ansiedade,por ser um problema que está fortemente ligado à forma de como as pessoas lidam com a crise financeira,encaixa-se impecavelmente nas palavras do filósofo.Essa correlação encontra fundamento no fato de que a sociedade atual não consegue desvincular-se do pensamento retrógrado de que deve-se cuidar primeiramente das dívidas e por último,da psique,estimulando assim,o surgimento da depressão.Dessa forma,fica claro que o homem,de fato,encontra-se acorrentado. Não obstante,o excesso da carga de trabalho é um importante tópico fomentador dessa circunstância.Tal conjuntura é intensificada quando o indivíduo,por não ter tempo para cuidar do perfil psicológico,acaba sendo acometido pelo estresse,ocasionando a ansiedade.Prova disso é,infelizmente,o crescente número de pessoas ansiosas no Brasil,que já chega a atingir 9,3% da população,como dita a OMS(Organização Mundial de Saúde).Logo,mediante a isso,torna-se crucial a conversão desse quadro alarmante. Infere-se que a crise financeira e o excesso de trabalho são portanto,importantes vetores da problemática.Para desconstruir esse panorama,é imperativo que os setores sociais bem como a esfera política,invistam políticas públicas destinadas a criação de grupos de apoio para pessoas que sofrem de ansiedade devido a crise financeira,a fim de que estas possam fortalecer a mente e por conseguinte,encontrar soluções para seus respectivos problemas com uma psique saudável.Outrossim,urge que o Ministério da Saúde inclua psicólogos e psiquiatras nos diversos estabelecimentos públicos,com o intuito de facilitar o acesso ao tratamento de problemas desse gênero.Por fim,cabe às instituições de ensino,por meio do aparato midiático viabilizar campanhas tangentes ao combate da ansiedade,de modo que estas sejam difundidas pelo país,minimizando consideravelmente,os índices de cidadãos ansiosos no território brasileiro.Assim sendo,poder-se-à romper o legado proferido por Rousseau e finalmente,libertar o homem das correntes que o prendem.