Na atualidade, é cada vez mais recorrente na mídia o relato de pessoas com sintomas de ansiedade. Nesse sentido, estudo divulgado pela UFRJ demonstra que tal patologia acomete 28% dos brasileiros, sendo a doença mais comum entre os mais jovens. Para a construção desse cenário, somam-se fatores de naturezas diversas, como a presença cada vez maior da tecnologia no dia a dia e a natureza efêmera da sociedade contemporânea. Inicialmente, cabe ressaltar que, após a vitória do sistema capitalista na Guerra Fria, a humanidade assistiu a uma expressiva expansão dos meios de comunicação. Como resultado desse processo, ocorreu a proliferação de redes sociais, como Facebook e Instagram. Apesar de uma sociedade cada vez mais conectada ser um fato desejável, tais redes sociais são responsáveis por difundir padrões irreais de aparência física, sucesso pessoal e profissional. De tal forma, ao buscar adequar-se a esses padrões irreais, parte expressiva da sociedade acaba frustrando-se e desenvolvendo os sintomas da ansiedade. Ademais, Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, impera em nossa sociedade as relações sociais líquidas. Segundo esse raciocínio, a dinamicidade do mundo contemporâneo tem enfraquecido os laços socias que os indivíduos desenvolvem entre si e com as principais instituições socias, como a família e a escola. Como consequência, os cidadões se sentem mais vulneráveis à pressões externas, sejam elas de natureza acadêmica, pessoais ou profissionais, e passam a ser mais suscetíveis a crises de ansiedade. A fim de solucionar essa problemática, medidas necessitam ser tomadas. À mídia, cabe evitar a propagação de padrões irreais de sucesso pessoal, especialmente quando tiverem como finalidade o consumo de produtos. O Ministério da Educação deve, por sua vez, promover palestras e debates nas escolas, com o objetivo de orientar alunos e familiares a como agir frente ao enfraquecimento das relações sociais entre os indivíduos. Assim sendo, a sociedade brasileira caminhará no sentido da extensão da saúde psicológica a um número cada vez maior de cidadões.