De acordo com o sociólogo Georg Simmel, a modernidade mudou o ritmo de vida das pessoas, denominando esse fenômeno de “tempos nervosos”. Nesse contexto, os elevados índices de violência, desigualdade social, pobreza e problemas ambientais encarados diariamente, além da atual crise financeira e política vivenciada no Brasil, ocasionam um estresse coletivo e, consequentemente, aumentam os casos de ansiedade. Desse modo, conforme a Organização Mundial da Saúde, os brasileiros são os indivíduos mais ansiosos do mundo. Primeiramente, deve-se lembrar que todos estão sujeitos à competitividade do mercado capitalista, logo, desde a infância, as crianças são submetidas a diversas tarefas e responsabilidades pelos pais com a finalidade de se tornarem adultos mais preparados no futuro. Entretanto, essa sobrecarga, concomitantemente ao incentivo do uso de jogos em celulares, computadores ou tablets, estimula o desenvolvimento da ansiedade. Assim, essa situação é um exemplo do que o psiquiatra Augusto Cury afirmou em uma entrevista para a revista Época, “O bombardeio de informações e atividades intelectuais gerou uma sociedade ansiosa, que sofre por antecipação”. Além dessa pressão sofrida nessa etapa da vida pela maioria dos cidadãos, ainda há a estafa gerada pelo intenso trabalho na vida adulta, conhecida como Síndrome de Burnout, a qual tem como principal característica a presença constante de ansiedade. Quando a pessoa não é acometida por essa dificuldade, usualmente, depara-se com a elevada taxa de desemprego no país, cerca de 13,7% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo esse outro fator contribuinte para o crescimento de indivíduos com esse transtorno. Apesar da contínua incidência desse distúrbio, ademais das suas várias causas e intensificadores, a ausência de discussão sobre esse tema é um empecilho na vida dos brasileiros até hoje. Baseado nos argumentos apresentados, nota-se que novas providências necessitam ser realizadas. Cabe ao Poder Executivo promover campanhas informativas com a finalidade de conscientizar a população, por meio da mídia e das redes sociais, que mostrem as diversas causas da ansiedade e como essa pode ser adquirida desde a infância, além de que incitem a busca por um psicólogo em caso da identificação de algum dos sintomas. Dessa maneira, haverão, gradativamente, menos brasileiros com ansiedade.