A série de televisão ‘’My Mad Fat Diary’’, baseada no livro escrito por Rae Earl, mostra o drama de uma jovem em tratamento para ansiedade. Hoje, no Brasil, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), evidenciando que o país verde e amarelo conta com um dos maiores índices de casos, abrangendo todas as faixas etárias, de ansiedade do mundo, aproximam o cenário nacional da ficção. Nesse contexto, é mister analisar alguns dos fatores que possibilitam que tal quadro se instaure com o objetivo de combatê-los. Em primeiro plano, é importante destacar as exigências da vida moderna como agravantes da problemática apresentada. Por esse prisma, os processos de urbanização, iniciados na Inglaterra, entre os séculos XVIII e XIX, em decorrência, principalmente da criação das indústrias, mudaram, completamente, a maneira como os indivíduos lidavam com o trabalho. Dessa maneira, o modelo fabril de produção, legado das Revoluções Industriais para a contemporaneidade, que impõe jornadas exaustivas de trabalho, impossibilitando que as pessoas usufruam de um tempo destinado ao lazer e estejam sempre pressionadas a produzir resultados gera a ansiedade que pode se manifestar de maneira crônica, tornando-se, com isso, uma patologia. Além disso, segundo estatísticas divulgadas pelo portal Folha de São Paulo, a internet, usada majoritariamente pelos jovens, pode aumentar o risco de ansiedade, ou, até mesmo, depressão. Por esse viés, isso se deve, sobretudo, ao grande fluxo de informações aos quais esses grupos são submetidos e, em associação a isso, a dependência que esses usuários desenvolvem desse meio digital. Dentro dessa lógica, o transtorno de ansiedade se desenvolve à medida que o ambiente cibernético exige que, de modo mais acentuado, o indivíduo esteja a par de todas as informações para que possa se integrar à comunidade virtual. Assim, portanto, medidas que visem lutar contra o quadro apresentado são urgentes. Com esse fim, o Ministério da Educação, usando a mídia como canal de divulgação para um grande número de pessoas, deve criar campanhas visando alertar e elucidar a população quanto a um uso equilibrado e saudável da internet. Em conjunto a isso, as ONGs, fazendo uso das redes sociais como meio para a mobilização de muitas pessoas, devem fazer protestos pacíficos com o objetivo de incorporar nas empresas espaços destinados ao descanso dos funcionários, aumentando, desse modo, a qualidade de vidas dos trabalhadores. Logo, pouco a pouco, a população brasileira terá uma melhor saúde mental.