A ansiedade está presente na humanidade desde sua formação, afinal, é uma reação natural humana, assim como o medo. Entretanto, com a pressão exercida pelas sociedades modernas, o aumento e persistência nos casos de ansiedade tornou-se preocupante, a ponto de ser considerado, pelo pensador contemporâneo Augusto Cury, como o “mal do século”. Desse modo, entendendo a potencialidade epidêmica da ansiedade e o preconceito ainda existente acerca dos transtornos mentais, cabe análise a respeito das causas, consequências e possível solução para a diminuição dessa problemática no Brasil. Os avanços tecnológicos e industriais, ocorrentes desde meados do século XIX, provocaram diversas mudanças no modo de vida dos seres humanos, entre elas o aceleramento na absorção de notícias, mais pressão por produtividade nas relações de trabalho e, consequentemente, maior rapidez nas relações humanas. No entanto, no Brasil atual, o crescimento nas taxas de transtornos mentais, como ansiedade e depressão, se mostra intimamente ligado à essa aceleração dos centros urbanos. Tal fator, pode ser comprovado pelo estudo realizado pela ISMA-BR, que aponta 9 em cada 10 brasileiros atuantes no mercado de trabalho, como portadores de algum transtorno de ansiedade. Portanto, dada a constância da problemática, é imprescindível que o Governo brasileiro, visto a quantidade de impostos cobrados, haja de forma a melhorar a qualidade de vida da população, buscando diminuir os causadores de um mal tão comum e ignorado, como a ansiedade. Analisando o aumento dos casos de transtorno de ansiedade no Brasil, percebe-se um fenômeno diretamente ligado a uma sociedade acelerada, ignorante e preconceituosa em relação aos problemas mentais. Assim, mesmo a ansiedade sendo uma doença tratável, há um constante agravamento dos casos, tanto que um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), aponta que 15 a cada 100 pessoas com transtornos mentais cometem suicídio. Além disso, sabendo que, ainda segundo a OMS, o Brasil é o país com maior número de casos da doença no mundo, observa-se uma reação epidêmica na qual, se não tratada, pode provocar o adoecimento de uma população inteira. Logo, é inaceitável que uma parcela tão grande de brasileiros ainda esteja desinformada a respeito da gravidade dos transtornos mentais, sendo essencial uma maior atenção das autoridades para com esse mal. O sociólogo Émile Durkheim estudava sobre o poder da sociedade sobre o indivíduo e o aumento nos casos de ansiedade podem ser uma grande comprovação dessas teorias, no contexto de que são um mal social demonstrado através do cidadão, de forma que só é possível diminuí-lo conscientizando a população. Para tanto, é necessário que o Governo brasileiro, com auxílio da Organização Mundial de Saúde, informe a população a respeito das causas e consequências da ansiedade, por meio de propagandas, palestras nas escolas e campanhas em redes sociais, para que desse modo os brasileiros possam se unir para erradicar as raízes do “mal do século”.