A criminalidade é uma construção social, e na conjuntura atual da sociedade brasileira, marcada pelas desigualdades econômicas e socais e pela a falta de oportunidades a todos, esse problema tende a tornar-se cada vez pior, principalmente entre os jovens. De acordo com o “Atlas da Violência”, a taxa de homicídios entre brasileiros de 15 a 29 anos aumentou 17,2% de 2005 a 2015, sendo os principais precursores dos mesmos, homens da periferia, com baixa escolaridade e renda. Diante desse contexto, o aumento da criminalidade e homicídios entre os jovens podem ser explicados por diversos fatores. O primeiro é a concentração de renda na mão de poucos e a pobreza que acomete a maior parte da população brasileira. Perante essa situação, os jovens de baixa renda são criados em um contexto excludente e sem oportunidades, vendo no mundo do crime uma forma de ascensão social. A relação existente entre pobreza e criminalidade pode ser vista no fato de que os estados brasileiros com maiores taxas de crimes concentram-se na região Nordeste, uma das mais pobres e desiguais do país. Segundamente, de acordo com o filósofo Imannuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele e de acordo com a UNICEF, a educação é capaz de mudar as taxas de criminalidade de um país, logo, pessoas menos escolarizadas possuem menos senso crítico e discernimento sobre suas escolhas, assim, os jovens sem acesso a educação ou que realizaram a evasão escolar são os principais agentes de homicídios ocorridos no Brasil. Outra questão é que longe da escola, os jovens passam mais tempo na rua e dessa forma, ficam mais expostos ao crime, principalmente nas periferias das grandes cidades brasileiras. Logo, é perceptível que os problemas criminais brasileiros estão diretamente ligados as questões social, econômica e educacional, dessa forma, é necessária a realização de reformas de base. Com isso, a redução da maioridade penal, defendida por cerca de 80% da população brasileira não é eficaz, por diversos motivos, como a crise do sistema carcerário e o contato dos adolescentes com criminosos formados em presídios, que pode incitar uma maior violência. Diante disso, é necessária a criação pelo Ministério da Educação de uma reforma de base escolar, pautada na educação didática, através da ministração de aulas de dança, esportes e culinária que incitem o prazer no processo pedagógico. Além disso, é papel do Estatuto da Criança e do Adolescente proteger os jovens da criminalidade e instruírem os mesmos para o caminho da cidadania.