Desde o período colonial até os dias atuais, a manutenção das desigualdades sociais, sempre esteve alicerçada na concentração de renda e na pobreza das classes sociais subalternas, gerando altos níveis de violência, principalmente entre os jovens, que sofrem com uma educação de baixa qualidade e um mercado de trabalho concorrido. Com isso, percebe-se que o problema do aumento nos níveis de homicídios entre os jovens, está pautado na falta de perspectiva e em fatores motivadores. Primeiramente, segundo dados da Vigilância de Violência e Acidentes do Sistema Único de Saúde, o homicídio tem ficado em terceiro lugar de causa de morte dos brasileiros. Por conseguinte, existem fatores motivadores para esse aumento, como a falta de estrutura familiar e de um projeto de vida; a precárias políticas publicas que combatam a desigualdade social; a impunidade do sistema penal brasileiro; o aumento do consumo de drogas. Esse último verificar-se que, infelizmente, ganhou espaço no meio familiar no qual está cada vez mais desestruturado, não sabendo impor limites, ensinar valores e educar para a vida. Assim, a falta de referencia e de apoio familiar, social ou do Estado faz com que esses jovens sejam vulneráveis a uma realidade de transgressão e morte. Em outro plano, o século XXI é marcado por um tempo em que tudo é descartável, passageiro, transitório e superficial, onde o ter tem mais valor de que o ser. Sendo assim, os modelos e exemplos de vida que os jovens e adolescentes seguem são diretamente relacionado ao consumo, a superficialidade e a falta de valores positivos. Nesse sentido, é possível associar-se com o pensamento de Durkeim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Enfim, o ser humano é regulado pelos fatores sociais que o cercam, sendo exterior ao individuo, isto é, não depende das consciências individuais para existir. Por resolução, a fim de impedir que os casos de homicídios entre os jovens se perpetuem, torna-se imprescindível a realização de ações nos quais combatam essa questão. Para tanto, caberá ao Governo Federal o estabelecimento de planos nacionais de redução da violência contra os jovens, mediante o acionamento dos Ministérios da Educação e da Segurança Pública para que juntos considerem o combate ao crime, a ampliação do numero de vagas no sistema educacional, a criação de assistência social para atendimento e apoio de jovens carentes, bem como o investimento financeiro e estrutural na capacitação profissional e geração de postos de trabalho. Dessa forma, será possível reproduzir a máxima de Darcy Ribeiro, no qual diz que investir em educação é o caminho para reduzir a criminalidade.