A relação mutualística entre jovens e violência, estabelecida pelo senso comum, corrobora para a criação de um cenário que se direciona, gradativamente, a caminhos equivocados. Por conta disso, o aumento de homicídios em idade juvenil, no Brasil, mostra-se alarmante, devendo haver medidas resilientes que descaracterizem a visão errônea da sociedade, além de combater entraves que agravam a situação. Primeiramente, é válido lembrar que, conforme dados divulgados pelo portal G1 Notícias, em 2016, mais de quatrocentos indivíduos na faixa dos 15 aos 29 anos foram mortos apenas no Distrito Federal. Como se não bastasse, a obsolescência do sistema educacional brasileiro fornece as condições ideais aos altos índices de homicídios – suspensão de aulas, em virtude de greves assalariais, docentes desestimulados, entre outras infelizes circunstâncias -, visto que a evasão escolar e, consequentemente, o despreparo dos sujeitos diante de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e exigente, faz com que eles, muitas vezes, optem por caminhos “mais fáceis”, como o da violência ou das drogas. Indubitavelmente, é imprescindível intervenções de caráter socioeducacionais as quais consigam oportunizar, de forma igualitária, os diversos jovens do país. Sob um segundo viés, o núcleo familiar assume um protagonismo relevante na vida de seus integrantes. Ou seja, famílias conturbadas, assombradas pelo medo, por agressões ora físicas ora verbais, além das próprias condições financeiras nas quais se encontram,elaboram o cenário ideal para o desenvolvimento de futuros agressores ou assaltantes que, infelizmente, reproduzirão as cenas presenciadas durante a infância. Ademais, o filósofo Jean Paul Sartre costumava defender a ideia de que a violência, seja qual for a maneira como se manifesta, configura-se, sempre, em uma derrota, ressaltando, mais uma vez , a necessidade de convivências familiares harmoniosas no combate ao homicídio entre os jovens. Destarte, o senso comum, associado à precariedade do sistema educacional brasileiro e aos hábitos familiares, caracterizam-se, entre outros entraves, como contribuintes aos altos números de homicídios juvenis. Desse modo, o Governo Federal pode direcionar maiores verbas às escolas, principalmente no que diz respeito ao aumento no salários dos docentes, evitando possíveis greves e incentivando-os a desenvolverem aulas divertidas que estimulem um ensino mais eficiente e interativo para ambos –alunos e professores-, reduzindo, assim, a evasão escolar. Analogamente, o Ministério da Educação, por meio de veículos midiáticos, deve elaborar vídeos socioeducativos que esclareçam aos familiares a relevância de seus comportamentos na formação psíquica dos filhos, além de desmistificar concepções sociais sobre o vínculo equivocado entre jovens e violência. Somente dessa maneira, o triste número de homicídios nessa faixa etária será reduzido, oportunizando igualmente o sucesso pessoal e profissional de todos.