Para Jean-Paul Sartre, a essência do homem está, intrinsecamente, relacionada ao meio em que ele está inserido. Tendo conhecimento dos dados alarmantes sobre homicídio entre jovens brasileiros e da teoria de Sartre, pode-se levantar o questionamento: como é o meio em que estão inseridos esses brasileiros? O avanço da criminalidade nos centros urbanos, a falta de estrutura familiar e a gritante desigualdade social são fatores que marginalizam parte dos jovens que ao se deparar com o, aparentemente impenetrável, mercado de trabalho e as escassas oportunidades de estudo, acabam ficando vulneráveis à atividade criminosa. Aqui, cabe ressaltar o período de crise econômica pela qual o país passa, tornando ainda mais acirrada a competição por uma vaga de emprego. Ademais, o sistema prisional brasileiro está em crise. Segundo levantamentos feitos em 2016 pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional), 89% da população prisional estão em unidades superlotadas, o que impossibilita separar os presos pela gravidade de seu delito. Dessa forma, pequenos infratores se tornam mão de obra fácil para organizações criminosas maiores. Portanto, fica claro que o aumento na taxa de homicídios entre os jovens é influenciado não por um, mas sim por diversos fatores. Diante disso, cabe ao Poder Executivo propor uma lei federal que ofereça subsídios à empresas que ofereçam vagas específicas de primeiro emprego. Não obstante, o Poder Executivo, em parceria com o MEC, deve disponibilizar mais recursos para escolas e programas educacionais, como programas antidrogas e palestrar que ajudem a prevenir a criminalidade. Desse modo, tomando ambas as medidas, diversas alternativas à atividade criminosa seriam possíveis para os jovens brasileiros, tornando a violência e o homicídio, uma longínqua realidade.