Durante a Segunda Guerra, milhares de jovens foram enviados aos campos de batalha para lutarem até a morte e a grande maioria assim o fez. Hodiernamente, mesmo no atual cenário de paz, no Brasil, centenas de jovens são mortos por ano, número que, de acordo com o Atlas da Violência, cresce sem perspectiva de redução. Nesse contexto, seja incentivado pelo atual cenário de crise econômica, seja pelo aumento no consumo de drogas entre os jovens, o índice de homicídios dentre eles tem se tornado uma problemática preocupante. O índice de desemprego passa dos 14% em 2017 e, de acordo com o IBGE, quase a metade dos atuais trabalhadores no Brasil ocupam a informalidade. A crise afeta todos os setores da economia e repercute, principalmente na periferia, no aumento do controle de milícias, que, com grande poder coercitivo, diariamente recrutam jovens a viver na ilegalidade. Desse modo, um paralelo pode ser formado entre a crise e o homicídio entre jovens que tentam desviar do péssimo cenário econômico arriscando suas vidas no mundo do crime, o que, pelo aumento de óbitos entre eles, pode se concluir que não acaba bem. Ademais, de acordo com Durkheim, nas sociedades com alta divisão social do trabalho, os que não se encaixam se tornam anomias e tendem a tomar decisões extremas. Assim, o aumento do consumo de drogas entre os jovens pode ser relacionado às anomias sociais e, visto que a maioria das substâncias tentem a tornar o usuário mais propício a ser um risco tanto para sua vida quando a dos outros, elas se mostram como fatores que influenciam – e em peso - o aumento do número de homicídios entre os mais novos. Logo, com o fito de diminuir o impacto social do problema, é necessária uma intervenção do Estado. No intuito de reduzir os impactos da crise e o poder das milícias, o Ministério do Trabalho deve induzir, por meio da redução de impostos, as empresas a aumentarem seus programas, como o Jovem aprendiz, principalmente nas periferias, criando assim, uma alternativa ao mundo do crime. Concomitantemente, o Ministério da Educação deve ministrar palestras em toda rede de ensino, que, com o apoio de profissionais, pais e professores, explicitem os males das drogas lícitas e ilícitas aos adolescentes. Somente assim, o Brasil poderá sair do atual cenário de guerra que afeta tão negativamente a vida do mancebo.