Uma operação policial no Rio de Janeiro, em 2018, teve como fim a trágica morte de um adolescente, que voltava da escola para casa. Esse acontecimento levantou diversos debates acerca do crescente número de homicídios entre os jovens brasileiros e seus fatores motivadores, entre eles a vulnerabilidade social imposta a esses indivíduos pelas desigualdades marcantes no Brasil. Nesse sentido, fatores de ordem educacional, bem como econômica, caracterizam a alarmante realidade do país. É importante pontuar, de início, a influência do precário sistema de educação no caótico quadro da juventude brasileira. À guisa do pensamento de Kant, o ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele, sendo as escolas peças fundamentais nesse processo. Entretanto, o meio estudantil brasileiro é marcado pela escassez de uma adequada infraestrutura e por um ensino de baixa qualidade. Como reflexo dessa realidade, grande parte dos jovens não são preparados para o mercado de trabalho e para a vida em sociedade, sendo marginalizados do sistema e tornando-se mais vulnerável ao mundo do crime e às taxas de homicídio. Tal fato é ratificado pelo site governamental InfoJovem, que afirma o afastamento da escola como um dos maiores fatores de risco à juventude do país. Outrossim, tem-se as disparidades econômicas como determinantes no atual cenário de homicídios de jovens. Conforme o sociólogo Marx, a capitalização dos produtos acarreta a desigualdade de acesso entre os indivíduos. Nesse contexto, o Brasil é marcado por uma histórica concentração de renda que configura um abismo social entre os cidadãos de diferentes classes, sendo a pobreza uma condição dominante. Assim, os jovens da periferia, excluídos socialmente e sem perspectivas na escola ou no mercado de trabalho, tornam-se mais propícios ao uso de drogas e aos homicídios, caracterizando o crescente quadro desse tipo de morte entre os adolescentes. É notória, portanto, a relevância de fatores educacionais e econômicos na problemática supracitada. Nesse viés, cabe ao Governo, por intermédio dos órgãos responsáveis, destinar maiores investimentos ao setor de educação no país. A ideia da medida é, a partir de melhorias nos espaços físicos das escolas, além da capacitação dos profissionais da área, assegurar um ensino de qualidade a todos os jovens e garantir a sua inclusão na sociedade, minimizando as taxas de homicídios entre esses cidadãos. Ademais, é dever ainda do Estado reduzir as desigualdades sociais marcantes no Brasil. Essa intervenção deve contar com o fornecimento de auxílios às famílias carentes a fim de consolidar melhores condições aos jovens em situação de pobreza, minimizando a presença desses cidadãos no mundo do crime e nos homicídios.