Sob o prisma do geógrafo brasileiro Milton Santos, o processo de globalização é perverso, na medida em que, concomitantemente à destruição de algumas barreiras, há o surgimento de outras. Nesse contexto, percebe-se que o aumento de homicídios entre os jovens é um dos maiores desafios no Brasil hodierno. Diante disso, soma-se não só a pobreza impregnada na sociedade orgânica, como também a impulsividade. Em primeiro plano, é necessário destacar que a pobreza é um dos principais contribuidores na problemática em questão. Isso porque parcela da população brasileira vive em condições de vida precárias e não gozam dos mínimos direitos que é dito pela Constituição Cidadão de 1988, como por exemplo, a educação. Nessa perspectiva, os adolescentes deixam de ir à escola para trabalhar e terem o seu próprio sustento, no entanto, esse trabalho nem sempre é digno, uma vez que por não possuir o ensino básico curricular, tornam-se vulneráveis a entrar no mundo do crime, das drogas, bem como a prostituição. Dessa forma, o indivíduo passa a ser alvo de criminosos e marginais, de modo a colocar não só a sua vida em risco, mas também de toda família. Além disso, os homicídios causados por impulso ou por motivos fúteis totalizam em 80% dos assassinatos no país, segundo dados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. Posto isso, o sociólogo Zygmunt Baumam está correto ao afirmar que o individualismo é um dos maiores conflitos da pós-modernidade, ou seja, parte da sociedade é incapaz de tolerar as diferenças do outro. Desta maneira, nota-se o quão é grave e perigoso expor ou contrariar ideias de pessoas desconhecidas, visto que muitas vezes essa contradição pode ser levada como desaforo e custar à vida. Logo, a fim de erradicar essa intempérie, cabe ao Estado em parceria com o Ministério da Educação, proporcionar escolas com estrutura de qualidade, por meio da construção de prédios seguros e confortáveis, além do mais, aulas de cidadania em todos os anos da vida escolar, assim como palestras semanais, ministradas por pedagogos e psicólogos, com o fito de abordar o tema e evitar que os menores entrem no mundo da criminalidade. Ademais, as famílias devem exigir do Poder Público, por intermédio de novas medidas de segurança, tais como dobrar o número de policiais nas ruas e periferias dos grandes centros urbanos, com o propósito de exterminar o número de homicídios entre os jovens no Brasil.