A Constituição Federal garante aos cidadãos o direito inviolável à segurança. Seguindo o princípio jusnaturalista, esse conceito ratifica a garantia de direitos naturais básicos e indissolúveis, inerentes a todos os seres humanos. Assim, a promoção da segurança bem como a proteção individual, devem ser assegurados em toda e qualquer sociedade. No Brasil, especificamente, os elevados índices de mortes por homicídios entre os jovens, evidenciam os graves problemas de ordem social enfrentados, constituindo um importante desafio a ser encarado. À vista disso, é válido ressaltar alguns aspectos da sociedade brasileira que colaboram para esse quadro de anomia. As distinções sociais, tão presentes em nosso cotidiano, são um fator decisivo para a expansão da criminalidade. A falta de oportunidades limita o pleno desenvolvimento pessoal, dificultando a construção moral e ética do ser social. Em consequência disso, o indivíduo torna-se muito mais suscetível ao ingresso no mundo do crime, ficando mais exposto à violência e vulnerável aos homicídios. Do mesmo modo, a falta de exemplos construtivos no ambiente em que esses jovens estão inseridos podem, também, ser levantados. Nesse contexto, a desagregação da estrutura familiar é um ponto relevante a ser salientado. É fundamental a presença de modelos agregadores que exerçam influência positiva na vida desses jovens. O sociólogo francês Émile Durkheim, em seus estudos, faz referência ao fato social e disserta sobre o quanto o meio pode influenciar na concepção do caráter humano. Não raramente, a figura dos traficantes acaba por se configurar como um espelho para essas crianças, que crescem impregnadas por conceitos distorcidos, construindo uma vida que segue os caminhos da criminalidade. Como se vê, a desigualdade social produz impactos significativos em toda a sociedade, alimentando a criminalidade e aumentando a violência contra os jovens. Dessa maneira, é de suma importância que o Governo Federal assuma o efetivo combate às diferenças sociais por meio de uma política econômica sustentável que garanta a geração de empregos e o ganho real na renda do trabalhador comum. Outrossim, relaciona-se a oportunização, gerada, fundamentalmente, com investimentos pesados em educação, artes e esportes, por exemplo. Para isso, além do poder público, ONGs também podem contribuir, reunindo toda a sociedade civil em prol de projetos inclusivos e de conscientização. Igualmente, faz-se necessário o duro combate ao crime organizado pelos Governos Estaduais, com o treinamento e a capacitação da polícia, assegurando a proteção de toda a sociedade. Quem sabe com essas medidas possamos, portanto, criar modelos positivos e minimizar os efeitos destrutivos que tiram a vida de muitos jovens no Brasil.