Desde a Antiguidade Clássica, os atos de violência eram veiculados às manifestações de imposição e poder. Diante deste cenário, os jogos entre gladiadores que lutavam no Coliseu, em Roma, sucediam ao público a afeição à brutalidade e à violência. Após milhares de anos, devido à essencialidade da segurança pública, a integridade física dos cidadãos passou a ser papel fundamental do Estado. Hodiernamente no Brasil, tais conquistas foram tardias e, por consequência, o número de casos de homicídios aumenta em todo o país, principalmente entre os jovens, corroborada pela crescente desvalorização e ineficácia das medidas políticas. Diante disso, a desarmonia social prevista pelo filósofo clássico Aristóteles é consolidada e a vida em sociedade, alarmada. Convém ressaltar, a princípio, que a má formação socioeducacional do brasileiro é um fator determinante para a permanência e o crescimento do problema, uma vez que a maioria das pessoas envolvidas vivem às margens da sociedade. Ademais, a falta de perspectivas sobre o futuro possibilita o surgimento de problemas sociais, como a violência, intrinsecamente relacionado ao aumento de casos de homicídios juvenis no Brasil. Isso, consoante o pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do pensamento de um indivíduo dificulta uma ampla visão do mundo que o cerca, faz com que esses jovens visem apenas o mundo do crime como alternativa para a sua inclusão política e econômica. Outrossim, a crescente banalização diante das razões para tais acontecimentos prejudica o combate ao problema. Prova disso é que muitos jovens - cerca de 16% segundo a revista CartaCapital - morrem em decorrência do bullying, assunto o qual é visto por muitos brasileiros como insignificante e desmerecedor de tamanha atenção. Assim, nota-se que a dificuldade ao combate da questão é fruto tanto dos ínfimos investimentos governamentais em prol da democracia quanto da imparcialidade da população em defesa ao direito pela vida. Torna-se evidente, portanto, que os caminhos para minorar os casos de homicídios entre os jovens brasileiros apresentam entraves que necessitam ser revertidos. Logo, é papel do Estado, especialmente do Ministério da Segurança Pública, investir em melhores condições de infraestrutura urbana, como postos policiais e delegacias, a fim de evitar a ocorrência de conflitos e, consequentemente, de óbitos. Além disso, o país necessita pensar a longo prazo e investir na educação pública de qualidade, por meio da criação de escolas nas periferias das cidades pois, como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação é o único meio de transformação social, sendo assim, um país com maiores oportunidades é um país moderno e seguro.