Segundo Thomas Hobbes, filósofo empirista, as ações humanas são guiadas pelo medo, visando, sobretudo, manter a sobrevivência individual. Nessa perspectiva, o Estado é estabelecido a partir da necessidade de garantir aos seus cidadãos o direito à vida e, por conseguinte, manter a ordem na esfera social. Conquanto, à medida que os remédios constitucionais falham na efetivação desse direito, a vida da juventude brasileira estará em constante ameaça. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a violência interpessoal é a principal razão pela qual jovens perdem sua vida precocemente no Brasil. Intrinsecamente relacionado a esse cenário, é o crescente índice de evasão escolar, contribuindo para aproximação desses indivíduos de grupos armados, que recrutam e socializam os adolescentes de maneira perversa, levando-os à violência. Outrossim, o despreparo familiar ao lidar com jovens vulneráveis e problemáticos, intensifica, significativamente, o quadro de morte juvenil. Dessa forma, os valores éticos e morais que objetivam a edificação de uma sociedade embasada no bem-comum, são marginalizados e suprimidos por impulsos individualistas que negligenciam o apreço à vida e, portanto, levam a um caminho sem retorno. Dessarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para reverter essa problemática. O Ministério da Educação deve implantar nas escolas projetos que promovam palestras com oficias da segurança pública, visando expor aos alunos as consequências enfrentadas pelos jovens que se afastam do ambiente escolar, conscientizando-os sobre essa realidade. Ademais, atividades extraclasse, como trabalhos voluntários, podem trazer aos jovens uma visão mais ampla sobre a importância da empatia e do respeito ao próximo, afastando-os, portanto, de um estilo de vida embasado em princípios violentos. Dessa forma, o medo não coagirá a juventude a violar os direitos fundamentais e o Estado cumprirá a sua função de proteger a sociedade.