O Estado de Natureza Hobbesiano não ficou restrito ao passado paleolítico da humanidade, ele está presente, ainda hoje, nas relações das classes mais baixas da atual estratificação social, resultando em uma bola de neve de consequências, dentre elas, o crescimento do número de homicídios entre os jovens. Essa estatística tem origem em raízes profundas, um cenário de atuação que instiga o seu aumento, além de uma resolução que, embora necessária, é de difícil aplicação. Primeiramente, faz-se necessário investigar as causas da problemática. Hodiernamente, o Brasil enfrenta os resultados de uma história escravocrata e de hierarquização do status social, resultando em uma marginalização daqueles que outrora foram libertos, mas nunca reinseridos na sociedade, além daqueles que sempre estiveram no ciclo mais baixo sem a oportunidade de ascender. Sendo assim, essas pessoas vivem hoje em uma realidade paralela, onde, para vencer na vida, entregam-se ao tráfico e associações criminosas, culminando na elevada violência urbana. Além disso, é notável, atualmente, que os criminosos enfrentam brandas leis e uma pífia atuação estatal no estabelecimento da ordem. Apesar de o Estatuto do Desarmamento estar em vigor no Brasil, é comum que os noticiários divulguem diariamente, homicídios/latrocínios cometidos a partir do uso de arma de fogo e com motivações banais, como a cobrança de dívidas por drogas. Tal fato exemplifica a falha na segurança pública, a qual deveria agir de forma concisa no combate imediato do problema- apesar da noção de que a solução definitiva é a educação e reinserção social. Fica claro, portanto, que o crescimento de homicídios entre os jovens advém de causas histórico-sociais profundas, as quais são amplificadas pela falta de prevenção, controle e combate da elevação dessa taxa. Assim sendo, é necessário o Governo Federal agir por meio de criação de leis mais duras contra o homicídio, que aliadas a uma eficaz ação na recuperação de encarcerados - o que pode ser feito por ONGs – e à políticas de reinserção social por meio de redistribuição de renda, terá como produto final a equiparação social e a consequente queda nas taxas de violência.