A Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948 pela ONU, assegura a todos os indivíduos o direito à paz e ao bem-estar social. Entretanto, o crescente índice de homicídios entre jovens no Brasil impede que os brasileiros usufruam desse direito na prática. Com efeito, não é razoável que esse tipo de violência seja tão comum no país que pretende alcançar o patamar de Estado desenvolvido. Em primeiro plano, os níveis de violência entre os jovens no Brasil fogem à normalidade esperada por sociedades civis. A esse respeito, uma pesquisa realizada pela UNICEF aponta que o Brasil tem a 7ª maior taxa de homicídios de jovens de todo mundo, ficando aproximadamente no mesmo grau de países em constante conflito armado, como Síria e Iraque. Nessa perspectiva, o Brasil, mesmo em tempos de paz, experimenta números comparáveis a uma guerra não oficial. De outra parte, essa violência é atenuada em certos contextos, o que evidencia desigualdades sociais que acompanham a sociedade brasileira desde o seu surgimento. Desse modo, a guerra não declarada contra os jovens, assume caráter histórico quando analisada de acordo com fatores raciais. Segundo dados da ONU, a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil, e, dos 42 mil jovens assassinados por ano no país, 71,5% são negros e negras. Assim, a sociedade civil como um todo, deve ser reestruturada para, por fim, possibilitar a reversão desse fato. É necessário, portanto, que o direito à paz e ao bem-estar social da juventude sejam, de fato, assegurados na prática, como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesse sentido, o Ministério Público Federal deve propor o fim dos autos de resistência e fiscalizar com maior rigor os casos de homicídio em entre jovens no país. Essa iniciativa teria a finalidade de reduzir a sensação de insegurança nas cidades e minimizar o número de mortes violentas intencionais. Além disso, o Governo em conjunto com o Ministério da Cultura deve criar iniciativas de inclusão do jovem em atividades artísticas, o que reduziria o seu envolvimento na violência, reduzindo, também, os índices de mortes.