A acelerada e tardia urbanização brasileira foi responsável por uma desordem social no país, na qual muitas pessoas ficaram marginalizadas nas cidades brasileiras. Por consequência, atualmente, o Brasil vivencia um crescente aumento nos casos de homicídios entre os jovens por conta dessa marginalização social, em que a falta da educação de qualidade e a vivência em regiões marginalizadas são vertentes que agravam a problemática. Deve-se pontuar, de início, que a dificuldade no acesso a uma educação de qualidade intensifica o aumento de homicídios entre jovens, já que muitos deles não possuem condições de ir para a escola por conta da violência onde vivem, e os que conseguem ir, muitas vezes, não recebem uma educação de qualidade. Consequentemente, esses jovens não desenvolvem seu caráter e sua índole, sendo sua entrada para o mundo da violência uma possibilidade, como o que acontece com os jovens nas favelas brasileiras que não estão devidamente inseridos na educação do país, visto que já foi relatado diversas vezes pela Folha de São Paulo. Dessa forma, fica claro que o Artigo 193 da Constituição Federal de 1988, quando se afirma que a educação de qualidade é um direito de todos, não está sendo cumprido em sua totalidade. Outrossim, o dia a dia em um local marginalizado é outro fator que agrava a questão, uma vez que os jovens passam a estar em contatos com drogas e criminosos, sendo aliciados e convencidos a praticar crimes, colocando em risco a própria vida nesse cenário criminal. Em vista disso, fica evidente que o psiquiatra brasileiro, Augusto Cury, estava correto ao afirmar que o homem nasce neutro, e o meio onde ele vive define quem ele será. Desse modo, a falta de atitudes do Estado em minimizar essa realidade comprova o descaso perante os jovens brasileiros que estão inseridos nessa conjuntura de homicídios. Nesse cenário, o Ministério da Fazenda deverá destinar verbas para o setor da educação, com o auxílio da Receita Federal e com capital do dinheiro público, com o intuito de que empresas estatais possam investir nas escolas em áreas marginalizadas e no transporte escolar, objetivando uma maior integração educacional dos jovens marginalizados e uma queda da violência entre eles. É imprescindível, ainda, que as prefeituras municipais disponibilizem um maior policiamento em áreas marginalizadas, erradicando, aos poucos, os criminosos que aliciam os jovens para o crime, com o propósito de garantir a segurança dessa parcela da população que pode ser facilmente corrompida. Assim sendo, o argumento de Augusto Cury servirá de aprendizado ao Brasil.