A violência é uma realidade milenar, desde da Idade Antiga até os dias atuais, entretanto, é mais evidente em camadas com poder aquisitivo baixo, em sua maioria nas periferias. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem o nono maior índice de homicídios do mundo e terceiro lugar do ranking de causas de mortes dos jovens brasileiros. Ratificando esse índice, o fator violência é apontado como a principal causa das mortes, motivado pelo conflito com a polícia, devido à expensão do tráfico de drogas, e pelo preconceito estrutural racial na sociedade. Primeiramente, o aumento da violência entre os jovens demonstra a omissão da sociedade e do Poder Público, especialmente em relação aos quem moram em zonas periféricas, em áreas com domínio territorial de quadrilhas de tráfico de drogas. Pesquisas feitas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 78% das mortes têm relação com o tráfico de drogas, mostrando que o deslocamento dos interesses econômicos das grandes cidades para outros centros gerou a interiorização e a periferização da violência, ou seja, áreas não preparadas para lidar com os problemas. Acrescentando a isso, além da idade, as vítimas têm cor, de acordo com pesquisas feitas pela Folha de S. Paulo, a mortalidade de negros e pardos é quase três vezes maior que a de brancos, a qual é em grande parte mais pobre, menos escolarizada e marginalizada, além de possuírem poucas oportunidades de ascensão social e expostas ao cotidiano de violência das periferias. Diante disso, é evidente a negligência com a segurança pública dos jovens, especialmente com os da periferias, a morte de um negro não tem o mesmo peso que a de um branco. Portanto, é necessário que o Estado atue de forma direta para amenizar o problema, por meio de projetos educacionais para melhorar desde do ensino básico ao ensino profissionalizante. É de total importância que o Ministério da Educação tente igualar o ensino dos jovens, promovendo projetos socioeducacionais e socioculturais para todas as camadas, além disso, é importante estimular os profissionais da educação, com o aumento do salário dos professores e investimento em sua capacitação, especialmente das redes públicas. Do mesmo modo, é imprescindível debater sobre a legalização das drogas, adotar como um problema de saúde de pública e não de polícia, visto que uma grande quantidade de pessoas que nunca consumiram essas substâncias ou que não estão relacionadas com essa atividade se veem prejudicadas ou perdem a vida devido as externalidades da guerra contra as drogas. Sendo assim, os jovens podem ter uma vida mais digna e menos perigosa.