Apesar da livre circulação de informações sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), o número de casos de contágio aumenta a cada ano. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, as ocorrências de sífilis por transmissão sexual cresceram 603% em 6 anos. O que possibilitar analisar uma negligência com o uso de prevenção, pela banalização dos males das DSTs somada ao tabu social. Em primeira análise, de acordo com a pesquisa “Juventude, comportamento e DST/ Aids”, 4 em cada 10 brasileiros de 18 a 29 anos admitiram não terem usado prevenção em sua última relação. Essa banalização do uso do preservativo demonstra, uma crença popular de controle. Até porque, de modo análogo na década de 60 a camisinha entrou em desuso em decorrência da descoberta da pílula anticoncepcional, só voltando ao cunho popular na década de 80 após o surto de Aids. Isso ratifica que, quando há um avanço na medicina a sociedade deixa de se cuidar em virtude da sensação de contenção patológica. Ademais, mesmo a população estando inserida na era da informação ainda existe tabus sociais em relação a sexualidade. Na idade média, por exemplo, a sífilis era considerada um castigo divino, bem como no século XVIII o preservativo era relacionado as casas de prostituição em Paris. Nesse âmbito, verifica-se uma associação das DSTs a promiscuidade, o que leva muitas pessoas infeccionadas a não procurarem tratamento por medo do julgamento social. Em vista disso, a sociedade necessita de uma desconstrução social em consonância a reeducação sexual. Por conseguinte, é indispensável que o Ministério da Saúde e Educação por meio de políticas públicas, reforcem as campanhas educacionais sobre DSTs com a introdução de uma matéria no ensino médio sobre educação sexual, onde profissionais da saúde poderão orientar os jovens sobre os riscos das DSTs e o tratamento necessário para aqueles já infectados. Com o fito de diminuir o aumento das doenças sexualmente transmissíveis e romper os estigmas sócias em relação a sexualidade.