O poema "No meio do caminho" do escritor modernista Carlos Drummond de Andrade revela, de forma metafórica, a existência de obstáculos no percurso da vida humana. De maneira análoga, o aumento de DSTs entre os jovens brasileiros tornou-se uma pedra no meio do caminho da sociedade moderna, haja vista que impede a efetivação do pleno bem-estar social. Assim, é preciso analisar como a banalização sexual e o desuso de preservativo contribuem para persistência desse grave problema na agremiação brasileira. Em primeiro plano, é indubitável que a banalização sexual para com o aumento das doenças sexualmente transmissíveis esteja entre as causas do transtorno. Tendo em vista que, hodiernamente, pessoas de todas as idades e classes sociais têm acesso a uma grande quantidade de conteúdo sexual, seja por meio da internet, Tv, cinema, nos outdoors espalhados pelas ruas, ou, até mesmo, nas letras de funk. Em razão disso tem se tornado cada vez mais comum a gradativa redução da idade para a iniciação sexual e a descoberta de que o prazer pode ser desvinculado do compromisso afetivo, situações essas que quando não decididas com consciência acarretam em DSTs. Prova cabal disso, são os dados da Secretaria de Saúde, posto que, nele, foram registrados 29 mil novos casos de alguma DST no público jovem. Em segundo lugar, destaca-se o desuso do preservativo como impulsionador do aumento das DSTs entre os jovens. Isso porque grande parte do público jovem acredita que as DSTs estão relacionadas as décadas passadas, na qual houveram expressivos índices de mortes causadas por DSTs, mais especificadamente pela Aids. Além disso, alguns jovens alegam se esquecerem de usar preservativo e outros dizem que o uso reduz a sensação de prazer, etc. Nessa lógica, é válido ressaltar uma pesquisa feita pelo site Uol, no qual revela que seis em cada dez jovens entre 15 e 24 anos tiveram relações sexuais sem usar preservativo no último ano. Mediante as dificuldades enfrentadas com a banalização sexual e o desuso do preservativo, medidas são necessárias para a erradicação dessa adversidade. Portanto, é imprescindível que o Ministério da Saúde promova debates para os jovens nas escolas e universidades brasileiras, com a participação de mestres e doutores da área, por meio de palestras que tenham como objetivo oferecer educação sexual e enfatizar a importância do uso de preservativos para inibir os casos de DSTs e fazer com que os índices alarmantes da Secretaria de Saúde sejam atenuados.