Título da redação:

Negligência aos prematuros

Tema de redação: O aumento da mortalidade infantil e seus fatores motivadores

Redação enviada em 24/10/2018

No primórdio da Idade Contemporânea, o ideal positivista Auguste Comte defendia que os elementos de sua ideologia "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim" seriam vitais à evolução social. Todavia, quando se observa o aumento da mortalidade infantil e seus fatores motivadores no Brasil, verifica-se que há um contraste com a defesa do filósofo, pois tal descaso é reflexo tanto da crise econômica brasileira quanto do congelamento dos investimentos públicos por 20 anos. Nesse sentido, é crucial a busca por soluções para o combate desse flagelo. De antemão, é axiomático que a transgressão à Constituição Cidadã de 1988 contribui para que o óbito de crianças se eleve novamente no território brasileiro. Nesse cenário, segundo o filósofo grego Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco", a política surgiu para proporcionar o bem-estar social. Contudo, esse conceito encontra-se distorcido no Brasil hodierno, dado que a grande crise econômica nacional, devido à má gestão governamental, resultou na intensificação da pobreza, o que implica no aumento da taxa de mortalidade infantil, a qual voltou a se elevar em 2016 após décadas de decrescimento, de acordo com o Ministério da Saúde. Portanto, isso compromete a taxa de natalidade populacional do país e, consequentemente, procrastina o seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Outrossim, o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos pelo Governo Federal contribui para a persistência desse descaso no território nacional, visto que tal negligência atinge, principalmente, a população mais vulnerável, o que precariza as políticas sociais de saúde nas localidades carentes, como o saneamento básico, as quais são essenciais para evitar a proliferação de doenças que fomentam a mortalidade infantil no país. Afinal, consoante o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é como um corpo biológico, e sua anatomia necessita de constante análise com objetivo de remediar e curar suas enfermidades. Desse modo, constata-se que, para o combate às mazelas sociais, é imprescindível que os direitos constitucionais, descritos no Artigo quinto, sejam assegurados aos cidadãos. Logo, com a finalidade de se alcançar a evolução social, conforme a ideologia de Auguste Comte, urge que o poder público, em parceria com o Ministério da Saúde, promova fortes investimentos em políticas públicas à proteção infantil, com a implantação de saneamento básico digno nas comunidades mais vulneráveis, mediante ao tratamento hídrico de qualidade, no intuito de evitar a proliferação de doenças infecciosas que ameacem a saúde da criança. Ademais, é fundamental a criação programas de intenso acompanhamento pré-natal, pós-neonatal e desenvolvimento do infante, por meio da universalização de vacinações gratuitas essenciais contra patologias infantis, com objetivo de minimizar o índice de mortalidade infantil e elevar o IDH do Brasil.