A pirâmide etária é um gráfico que demonstra, por idade, como a população é distribuída. No Brasil, essa representação informa um processo de envelhecimento populacional, ou seja, uma fase de transição, na qual o número de jovens está diminuindo e o de idosos aumentando. Esse aumento da expectativa de vida se torna um desafio para o país, visto a falta de planejamento governamental para lidar com a situação e os empecilhos familiares, criando um cenário geral de abandono dos mais velhos. Primeiramente, é fundamental inferir que não há estrutura para sustentar um número tão grande de idosos. O problema começa ao sair de casa, onde ruas esburacadas, calçadas desniveladas e falta de sinalização para cegos dificulta o trânsito dos mais adoecidos que, ao chegar ao hospital, são marginalizados pelo sistema de saúde, tendo a sua prioridade ignorada, pois não existe um número suficiente de geriatras, além de sofrerem com a falta de medicamentos, comumente vendidos a preços elevados. Maximizando o problema, a atual reforma da previdência piora a situação, já que torna o acesso a aposentaria ainda mais difícil. Ademais, muitas famílias tornam a vida do idoso lastimável. Está cada vez mais comum a propagação de vídeos nas redes sociais mostrando agressões de familiares a essas vítimas, vulneráveis e constantemente ofendidas, já que os agressores se aproveitam do fato de algumas “esquecerem rápido da violência”, não podendo denunciar as ocorrências e, quando conseguem, o agressor alega que já estão “esclerosadas” e que é mentira. Em outros casos, ainda existem pessoas que assumem a responsabilidade de cuidar de alguém apenas para usufruir do dinheiro da aposentaria, deixando o idoso em situações precárias de higiene e má alimentação, atitudes que vão contra o Estatuto do Idoso, que diz que é dever da família e do Estado zelar pelo bem-estar do idoso, mas seguem na impunidade. Em síntese, o abandono generalizado da população mais velha é uma situação ilegal, imoral e que fere o direito à vida desses cidadãos. Para fins de combater a problemática complexa supracitada, é de suma importância que as leis de proteção ao idoso sejam cumpridas, cabendo ao Ministério da Justiça ter uma postura mais rígida com ilegalidades, aumentando a fiscalização e, junto ao Ministério da Educação, fazer campanhas escolares que difundam os direitos dessa minoria, incentivando as denúncias com a criação de um aplicativo para enviar a localização de alguma agressão para a polícia no momento em que ela ocorra. Outrossim, a família deve repensar sua postura a partir de tais campanhas, valorizando a afetuosidade e a gratidão a quem também já os cuidou. Para completar, é dever do Governo Federal aumentar os investimentos em infraestrutura, separando 20% das verbas fiscais para melhorias na saúde do idoso, trazendo de volta a sua dignidade.