Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: O aumento da expectativa de vida como desafio no Brasil

Redação enviada em 27/05/2017

"O Brasil é o país do futuro, sempre". A atemporal sentença do escritor Millôr Fernandes define o crítico cenário do que deveria ser somente algo positivo, mas traz também obstáculos: o envelhecimento da população. Nesse sentido, a despeito de o alargamento do ápice da pirâmide etária brasileira ter ocorrido devido aos avanços sanitários e médicos, o país ainda encontra-se despreparado para aportar esse fenômeno. Tal impasse evidencia a necessidade dos debates acerca do sistema previdenciário e das condições de saúde dos idosos no Brasil. É indubitável que a má gestão do sistema previdenciário põe em risco uma vida digna para os brasileiros na terceira idade. Com o aumento da expectativa de vida nos últimos anos, a Previdência Social ganhou uma sobrecarga que não havia tido anteriormente. Nesse contexto, a reforma da Previdência tramita no Poder Legislativo e promete aumentar o tempo de contribuição e a idade mínima necessárias para garantir a aposentadoria, que já é alto antes mesmo da reforma entrar em vigor. Essa ação configura-se como desmedida, tendo em vista que países, como Alemanha e Inglaterra, que possuem maiores índices de idosos, de longevidade e um PIB comparável ao do Brasil, conseguem gerir devidamente os seus recursos e efetivar uma melhor qualidade de vida para os que estão na terceira idade. Ademais, é inquestionável que a estrutura da saúde pública é insuficiente para acolher os idosos. Além do fato de que a maior parte dos brasileiros não é adepta da medicina preventiva, desde a juventude, o sucateamento dos hospitais públicos, a falta de leitos e as extensas filas de espera para cirurgias ou agendamento de exames tornam árdua a jornada do envelhecimento no país. Nesse panorama, considerável parcela dos 24 milhões de idosos brasileiros enfrenta situações que ilegitimam o Estatuto do Idoso, como, por exemplo, a indisponibilidade, no Rio de Janeiro, de medicamentos de deveriam ser distribuídos pelo Governo do Estado, no início de 2017, pondo em cheque o bem estar e ate a vida de quem se encontra na terceira idade. É indispensável, portanto, para rechaçar os desafios acerca do aumento da longevidade no Brasil, o engajamento do poder público e da própria sociedade. Sendo assim, é uma intervenção cabível ao Poder Legislativo, que tramita a reforma da Previdência Social, a promoção re retificações nessa emenda constitucional, com a realização de debates junto à população, com o escopo de evitar irreversíveis prejuízos de ordem social e econômica. Além disso, cabe ao governo federal, em parceria com o Ministério da Saúde, a priorização da saúde, com a disponibilização de maiores verbas, visando a mudar a realidade dos hospitais públicos. Além disso, cabe à própria sociedade o ato de denunciar aos Direitos Humanos quaisquer ações que venham a ferir o Estatuto do Idoso.